O Brasil angariou esta quinta-feira 1.500 milhões de euros em resultado de uma emissão não anunciada de títulos de dívida pública com maturidade a 10 anos, pagando uma taxa de juro média de 6,125%.
De acordo com o Financial Times, o Brasil voltou esta quinta-feira pela primeira vez aos mercados internacionais desde setembro de 2014 e também pela primeira vez desde que as três agências de rating desceram a avalação do crédito soberano para abaico da recomendação de investimento – ‘junk’ ou lixo, como é geralmente conhecido.
De acordo com o Financial Times, os investidores colocaram ofertas no valor de mais de 5 mil milhões de dólares, mais de três vezes acima do montante proposto pelo executivo brasileiro, que aceitou pagar 6,125% de juros ao ano, abaixo dos 6,5% inicialmente previstos.
A emissão destes títulos de dívida surge no mesmo dia em que também Israel foi aos mercados buscar 1,5 mil milhões de dólares, “aproveitando o renovado apetite dos investidores por ativos de risco”, segundo o FT, que lembra que também a África do Sul, Turquia, Argentina e Rússia planeiam emissões internacionais em breve.
Apesar das dificuldades da economia brasileira, a começar pela recessão de 3,8% no ano passado e previsão de continuação em território negativo este ano, as taxas de juro exigidas pelos investidores para transacionarem títulos de dívida pública no mercado secundário tem estado em queda, situando-se atualmente abaixo dos 6%.
O real subiu quase 10% para o valor mais alto dos últimos seis meses, valendo 3,62 contra o dólar desde terça-feira, e o principal índice da bolsa brasileira, o Bovespa, subiu 32% desde os níveis baixos de janeiro.
Na documentação oficial da emissão de dívida, o Brasil diz que a receita será usada para “fins orçamentais gerais”, segundo o FT.