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Quatro são condenados por morte de estudante de medicina

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A Justiça condenou na última sexta-feira (11) quatro pessoas por participação no crime de latrocínio que tirou a vida do estudante de medicina Éric Severo, morto aos 21 anos em dezembro de 2014 ao ter sua caminhonete roubada em uma estrada entre os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde. Entre os quatro condenados estão o executor do crime, um homem de 31 anos cuja sentença foi de 28 anos e nove meses de reclusão, e o mandante do roubo do veículo, um presidiário de 32 anos recolhido em uma penitenciária de Guarulhos (SP), cuja pena ficou em oito anos, cinco meses e três dias.

Além deles foram condenados um homem de 26 anos que participou do roubo, cuja pena ficou em 22 anos de reclusão, e uma mulher também de 26 anos acusada de ter dado apoio aos executores do roubo da caminhonete. No caso dela, que chegou a ser presa durante a instrução do processo e acabou posta em liberdade, a Justiça impôs pena de um ano de reclusão. Todos os demais condenados já se encontram presos.

O estudante de medicina Eric Francio Severo foi encontrado morto na tarde do dia 28 de dezembro em um matagal às margens de uma estrada vicinal entre o distrito de Primaverinha, em Sorriso (município a 420 km da capital), e Lucas do Rio Verde (a 360 km da capital). Ele estava desaparecido desde a madrugada do dia anterior após sair de um bar na cidade deSinop, a 503 km da capital, onde passava férias na casa da família. O corpo apresentava marca de tiro na cabeça.

Conforme as investigações, o estudante foi rendido ao sair do bar em Sinop. Os bandidos o amarraram e colocaram-no no banco traseiro da caminhonete que ele dirigia. Após dirigir até a estrada vicinal entre Sorriso e Lucas do Rio Verde, um dos acusados decidiu executar o estudante. Em depoimento, ele confessou que matou o universitário para ocultar a autoria do crime.

Procurado para comentar a sentença da Primeira Vara Criminal de Sinop, o pai de Eric – Leonildo Severo – explicou à reportagem que, apesar da condenação, permanece a sensação de impunidade, pois a legislação brasileira ainda não possui mecanismos que evitem crimes como o que matou seu filho. Desde o episódio, Leonildo e a família têm feito campanha para promover alterações no Código Penal e já colheram cerca de 100 mil assinaturas.

“Respeitamos a decisão, cumpriu a lei. Mas nada nos consola e isso não é o ideal. Do ponto de vista humano, não é Justiça. O ideal seria que existissem mecanismos para coibir esse tipo de situação. A legislação dá margem para a impunidade e a sociedade de bem fica em grande desvantagem diante dessas pessoas [que cometem crimes de latrocínio]. Nenhuma pena consola. O que a gente tem que fazer é evitar que isso aconteça”, criticou Leonildo.

Já o advogado da família e assistente de acusação na ação penal, Felipe Guerra, explicou que considerou satisfatória a sentença da Primeira Vara Criminal de Sinop, com exceção da pena imposta ao presidiário de Guarulhos que encomendou o roubo da caminhonete. Segundo o advogado, o presidiário não foi julgado pela consequência do crime (a morte do estudante), situação da qual ele discorda porque, ao encomendar o roubo, o presidiário assumiu os riscos da situação. O advogado defende que o Ministério Público apele da sentença para elevar a pena do autor intelectual do crime.


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