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Agência Câmara

Nilson Leitão é um dos 34 investigados de comissão

Da Redação

Dos 65 membros indicados pelos partidos para compor a comissão especial do impeachment instalada pela Câmara Federal, na sessão de ontem (17), ao menos 21 titulares e 13 suplentes respondem a inquérito ou ação penal. Ou seja, dos 130 deputados indicados para a comissão, 34 (26%) estão pendurados no Supremo. Corrupção, apropriação de recursos públicos, crimes contra a Lei de Licitações, de responsabilidade e o sistema financeiro estão entre os delitos atribuídos a esses parlamentares.  Quinze dos titulares já são réus na no Supremo Tribunal Federal (STF). Na lista dos deputados federais que suspeitos ou acusados de crimes está o parlamentar mato-grossense, Nilson Leitão (PSDB).

Segundo levantamento do site Congresso em Foco, Nilson Leitão responde a oito inquéritos em tramitação no STF. Lembrando que o inquérito é uma investigação preliminar que pode ou não resultar em ação penal. Com a nova investigação iniciada agora, ele passa a ter oito procedimentos na corte. O tucano é investigado por pendências relacionadas ao período em que administrou o município de Sinop (MT). Em 2006, quando era prefeito, foi apontado entre os suspeitos de participação no esquema da “máfia das ambulâncias”, desbaratado pela Operação Sanguessuga. No ano seguinte, o tucano foi preso pela Polícia Federal na Operação Navalha, suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos públicos protagonizado pela empreiteira Gautama, de Zuleido Veras. Na época, o então prefeito classificou como “arbitrária” a ação da PF.

 Além de Leitão, estão na lista dos investigados os titulares: Washington Reis (PMDB-RJ), Paulo Maluf (PP-SP), Benito Gama (PTB-BA), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Junior Marreca (PEN-MA), Édio Lopes (PR-RR), Paulo Magalhães (PSD-BA), Fernando Torres (PSD-BA), Weverton Rocha (PDT-MA); e os suplentes Izalci (PSDB-DF), Rocha (PSDB-AC), José Stédile (PSB-RS), Roberto Góes (PDT-AP), Marx Beltrão (PMDB-AL).

O levantamento feito pelo site Congresso em Foco não distingue defensores do impeachment e contrários, governo e oposição: vai do PT, partido da presidente Dilma, ao PSDB, principal legenda de oposição. Petistas e tucanos serão representados no colegiado do impeachment, entre titulares e suplentes, por cinco deputados cada sob suspeita no Supremo. Mesmo número alcançado pelo PP, bancada com mais parlamentares investigados na Operação Lava Jato.

O PP indicou Paulo Maluf, réu em três ações penais e figura conhecida por suas complicações com a Justiça – entre elas, uma condenação recente na França e um mandado de prisão da Interpol – e outros quatro deputados investigados na Lava Jato. São eles: Aguinaldo Ribeiro (PB), Roberto Brito (BA) e Jerônimo Goergen (RS), indicados como titulares. E Luiz Carlos Heinze (RS), relacionado para a suplência da comissão. Um dos nomes do PT no colegiado, José Mentor (SP) também é suspeito de receber recursos do esquema de corrupção na Petrobras. Ou seja, há cinco suspeitos de participação no petrolão entre os integrantes da comissão do impeachment.

Um dos mais aguerridos defensores do impeachment de Dilma, o deputado Paulo Pereira da Silva é investigado nos inquéritos 2905 e 3901 por peculato e corrupção passiva. Paulinho da Força, como também é conhecido, ainda é réu na Ação Penal 965, que apura desvio de recursos do BNDES, desvendado pela PF na Operação Santa Tereza.

Indicado para a suplência da comissão pelo PDT, o deputado Roberto Góes (PDT-AP) é atualmente o parlamentar com mais pendências judiciais no Supremo. Ex-prefeito de Macapá e deputado mais votado de seu estado, ele acumula 13 inquéritos e ações penais por peculato, crimes de responsabilidade, crimes contra o meio ambiente, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsificação de documento público e crimes contra a Lei de Licitações. O pedetista chegou a passar quase dois meses preso quando era prefeito, ao ser levado pela Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, em 2010. Voltou da prisão, em Brasília, para a prefeitura.

A reportagem tentou falar com o deputado sobre o assunto, mas ele não atendeu as ligações. 


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