O Brasil tem sido palco de grandes manifestações nos últimos dias, uns a favor e outros contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas o que nos chama atenção é a figura do político já conhecido da população, que em situações de difícil decisão política vira um tinhoso e evasivo bagre ensaboado. O sujeito é liso porque tem um caráter escorregadio ao ponto de ser “limboso” em suas atitudes. Ninguém, e partido algum jamais consegue pegá-lo com firmeza porque ele não tem lado muito menos ideologia, apesar de ter sido ferrado pela boca.
Quando o político é um bagre ensaboado de um partido aliado, ele vai sempre mamar na teta do governo até secar o bico. Agora imagine se ele fizer parte de uma comissão processante de impeachment de uma presidente como esta que vai se reunir nos próximos dias oficialmente. Em casos como este, para o bagre ensaboado, ganhar tempo e observar as conveniências é a melhor estratégia. Ele não decide e não vai decidir enquanto não tiver a certeza que realmente pode tirar vantagens políticas da situação. Vai usar a oratória carregada de adjetivos como instrumento de defesa, com o simples propósito de mascarar, ludibriar, escapar e convencer as pessoas. Quando não tiver mais jeito, e o fim estiver próximo e definido, o bagre ensaboado muda o discurso rapidamente e passa então a se portar como herói do povo, quase um mártir, concordando com a maioria da população.
Mas o político bagre ensaboado, um dia ele morre, e vem a falecer justamente pelo mesmo lugar de onde um dia ele nasceu, a boca da urna. Uma coisa é certa, ninguém mais precisa de políticos do tipo bagre ensaboado. Portanto nas eleições lembre-se que para o político bagre ensaboado quem decide o futuro dele somos nós o povo, porque o voto é tanto a isca que alimenta como o veneno que mata.
Prof. Dr. Haroldo Arruda Junior é professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).