De olho na Presidência da República, o PMDB vai oficializar nesta terça-feira (29) a saída da base do governo Dilma Rousseff. No entanto, o partido em Mato Grosso é um dos seis diretórios no país que vão votar contra o rompimento. O vice-presidente Michel Temer, dirigente nacional do PMDB, já articula com partidos de oposição apoio para assumir a presidência em um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ontem (28), a movimentação foi grande no Palácio do Jaburu, em Brasília. Temer discutiu com os ministros da legenda a entrega dos cargos e comunicou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a decisão do PMDB em deixar a base do governo petista.
O presidente estadual do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, é contra o rompimento e a entrega dos milhares de cargos que o partido possui na esfera federal. Bezerra teme pelo fracasso do PMDB no comando do país, uma vez que a recuperação do crescimento econômico não será uma tarefa fácil.
Outro preocupação de Bezerra é a saída de seus indicados no governo federal. Entre os indicados do cacique do PMDB está a sua mulher, a ex-deputada estadual Teté Bezerra, que assumiu um cargo de segundo escalão no Ministério da Saúde, e Rodrigo Rodrigues no Ministério da Saúde. Se depender de Bezerra os dois ficam no governo Dilma mesmo com o rompimento do PMDB.
O PMDB está no comando de sete ministérios. Antes mesmo da decisão oficial da sigla, o ministro do Turismo Eduardo Alves já entregou o cargo após reunião com Michel Temer nesta segunda-feira.
Processo – A Câmara Federal pretende votar o processo de impeachment até o dia 20 de abril. Para aprovar o impeachment é necessário 342 votos dos 513 deputados federais. Se aprovado, a presidente Dilma Rousseff (PT) será afastada do cargo por seis meses. No entanto, o Senado, por maioria simples, poderá rejeitar a abertura do impeachment, conforme definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).