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Juíza cita ex-secretários como “fiscais da propina” de Silval

Da Redação

A decisão da juíza Selma Rosane dos Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que determinou a prisão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), do ex-chefe de gabinete do Silvio Cesar Araújo e dos ex-secretários César Zilio e Pedro Elias Domingos de Mello, na terceira etapa da Operação Sodoma, aponta que uma quadrilha organizada especializada na cobrança de propina e os ex-secretários de Administração atuavam como “fiscais de propina”.

Os ex-secretários de Administração, em particular Elias Domingos, era responsável pela cobrança, arrecadação e  repasse da propina arrecadada junto as empresas que prestavam serviços para o Estado. Segundo a magistrada, Elias ameaçava de rompimento do contrato com o governo caso a propina não fosse paga. O sobrinho do ex-prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR), Elias Domingos, continua preso no Centro de Custódia de Cuiabá juntamente com Silvio Araújo. No mesmo lugar estão Silval Barbosa e os ex-secretário Marcel de Cursi (Fazenda), Pedro Nadaf (Casa Civil) e Eder Moraes (Casa Civil, Secopa e Fazenda).

O empresário Willians Paulo Mischur, dono da Consignun, empresa de empréstimos consignados para servidores públicos, que também foi preso na Operação Sodoma, deflagrada pela Delegacia Fazendária, confirmou a atuação de Pedro Elias Domingos, os valores exigidos pela quadrilha liderada por Silval Barbosa.  O empresário também disse que Domingos substituiu César Zílio na Administração aconteceu em função da “deslealdade” com o chefe Silval. Zílio não estaria repassando os valores combinados da propina para o ex-governador.

Já Pedro Elias teria pedido um propina extra ao empresário. Ele pediu um apartamento no valor R$ 180 mil, no Bairro Santa Rosa.

O proprietário da Consignun revelou para a Justiça que pagou durante cinco anos propina no valor de R$ 500 mil ao ex-governador Silval Barbosa para manter o contrato com o Estado. O empresário também revelou que policial militar José Nunes Cordeiro, ex-secretário-adjunto da Secretaria de Administração, era o “braço armado” da quadrilha. “É fato que, em uma organização criminosa, nem todos os membros agem com truculência: tal tarefa geralmente é delegada a quem tem mais propensão para esse tipo de delito, que no caso era o policial militar e ocupante de cargo de confiança do governador Silval Barbosa”, afirma a juíza Selma Rosane.

Willians Paulo Mischur revelou à juíza que foi ameaçado pelo policial militar ligado a Silval.  “Nunca se sabe, às vezes um caminhão passa por cima dos seus filhos, acidentes acontecem…”, teria dito o policial. Com medo o empresário mandou blindar os carros de sua família.

O esquema também foi detalhado por outro empresário. Júlio Minoru Tsuji, proprietário da Webtech Softwares e Serviços Ltda, que disse ter sido pressionado para pagar propina à organização criminosa liderado por Silval.

Mandados – O ex-governador Silval Barbosa foi alvo de outros dois mandados de prisão oriundos das operações Sodoma e Seven que foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A defesa de Silval conseguiu revogar aos dois mandatos de prisão citados por meio de habeas corpus.

 


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