O senador José Medeiros (PSD-MT) afirmou ser ilegítima a defesa que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fez da presidente Dilma Rousseff, ontem, na comissão de impeachment da Câmara dos Deputados. “Eu considero essa defesa ilegítima porque a presidente é uma servidora pública; portanto, ele deveria defender a União, somente”, destacou o senador, durante pronunciamento, nesta terça-feira (05.04).
Como exemplo, José Medeiros usou os seus 21 anos de servidor público como policial rodoviário federal. “Eu fui policial durante 21 anos, se em uma das diligências, no exercício do cargo, eu cometesse, por exemplo, inadvertidamente ou em legítima defesa, algum ato, eu teria que contratar o meu próprio advogado, assim como todo servidor. Não é o que está acontecendo com a presidente Dilma, que deveria contratar um advogado particular”, afirmou.
O senador também comentou, durante a sua fala, a decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), para instaurar processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer. “A decisão do STF derruba mais um mentira do governo, quando diz que o presidente da Câmara Eduardo Cunha não tinha legitimidade para receber o processo de impeachment da presidente. Marco Aurélio simplesmente fulmina de morte esse argumento”, enfatizou.
Para José Medeiros, é preciso que as instituições ajam porque, segundo disse, a população brasileira mostra-se indignada com todos os “argumentos falaciosos” apresentados pelo governo e com o “balcão de negócios” que virou o Executivo. “Todos os dias a imprensa mostra a fachada do Hotel Royal Tulip de onde o ex-presidente Lula estaria negociando cargos em troca de votos. Isso é obstrução processual”, disse.
Durante o discurso, o senador de Mato Grosso lembrou que entrou, junto com o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), com um pedido para que a Procuradoria-Geral da República investigue o assunto. “Entramos com representação para que as instituições possam agir e fazer parar essa prática imoral e para que o processo corra normalmente, sem que haja interferência de um Poder sobre o outro”, frisou.