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PT em momentos diferentes

Lula, Dilma e outras lideranças do PT têm dito que tem gentes na oposição torcendo pelo quanto pior melhor e quem age assim não pensa no Brasil, só na próxima eleição. O PT está provando do próprio veneno.

O partido, quando fora do governo, sempre fez severa oposição a qualquer ação de qualquer governo. Há uma lista de atos praticados pelo partido ao longo dos anos que mostra isso.Copio alguns deles.

O PT foi contra a eleição de Tancredo Neves, expulsou dois deputados do partido que votaram nele no colégio eleitoral. O PT não assinou a Constituição de 1988.

Não quis participar do governo Itamar Franco para ficar de fora atirando.Foi contra o Plano Real, dizia que era eleitoreiro. Contra também as medidas macroeconômicas como câmbio flutuante e metas de inflação e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Você sabia que o PT foi contra os programas sociais do governo FHC, como Bolsa Escola, Vale Gás, Vale Alimentação? Dizia que eram esmolas eleitoreiras.

Fez também vários pedidos de impeachment do governo FHC. Foi do José Dirceu e Eduardo Suplicy o pedido para impeachment do Collor. Nenhum dos casos era considerado golpe.

Governos anteriores sofreram desgastes por promoverem algumas reformas estruturais. O PT não enveredou por nenhuma reforma. Um dos motivos que o Brasil está na situação que está é porque o PT não quis ter desgaste, como outros tiveram, com necessárias reformas.

Alguém lembra de alguma reforma, privatização ou concessão no governo Lula? O desgaste disso ficou para governos anteriores.

Hoje quem faz alguma coisa contra o governo é contra o Brasil. Na eleição, no horário gratuito, Dilma atacava quem falava que esse ou aquele caminho na economia estava errado. Logo depois da eleição, ela tomou medidas que condenava antes nos maus brasileiros.

Mas os tempos mudam. Tem gente graúda do PT agora argumentando que, se o impeachment não vier, o partido chamasse todos para um diálogo nacional para sair da crise. Coisa que lá atrás ele nunca aceitou nem conversar sobre isso.

Os que defendem essa proposta argui que até se poderia chamar uma eleição geral.

Sabem que, mesmo sem impeachment, o governo Dilma terá dificuldade em sair da crise.

Sem impeachment, ficando o Governo Dilma com uma maioria não confiável no Congresso, com uma oposição, agora engrossada pelo PMDB, fazendo barulho, a economia continuaria andando para trás.

E não tem partido ou governo que aguentaria quatro anos de recessão, entre 2014 e 2017. Se isso ocorresse, com o PT no comando do país, a bronca contra o partido aumentará muitos decibéis. Daí a sugestão de um acordo nacional.

Pode até não haver o impeachment da presidente por causa das pedaladas fiscais. Mas o barulho que se está fazendo em torno disso é didático e alertarão outros governantes para não fazerem o diabo para ganhar uma eleição.

De agora em diante, se imagina que outros governos não irão por esse caminho.

ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e analista político em Cuiabá.

pox@terra.com.br

www.alfredomenezes.com


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