A candidata Keiko Fujimori irá disputar a Presidência do Peru em um segundo turno contra o economista Pedro Pablo Kuczynski no dia 5 de junho. Levantamento oficial divulgado nesta segunda-feira, com base em 50,3% dos votos, mostrava a filha do ex-ditador Alberto Fujimori com 39,1%. O ex-ministro de Economia e de Energia tinha 24,2%. A líder de esquerda Verónika Mendoza obtinha 16,5%.
“Esperamos que seja um segundo turno com propostas. Assumimos a responsabilidade que a população já nos havia dado como oposição em 2011”, disse Keiko em seu primeiro pronunciamento. Gritos de “Keiko presidente” foram ouvidos na frente do hotel que serviu de base para a candidata conservadora, do partido Força Popular. As mesmas mensagens de incentivo apareceram na tumultuada votação da favorita, no bairro de La Molina, mas não eram uníssonas. Ao decidir esperar na fila sua vez de votar, Keiko ouviu gritos de “devolvam a grana roubada” e “corrupta”.
O partido de Fujimori, Força Popular, praticamente dobrou sua presença no Congresso, passando de 34 a 65 cadeiras, metade da Câmara, contra 28 do partido Peru pela Mudança de Kuzcynski e 20 da Frente Ampla. Mas a vitória de Keiko Fujimori no segundo turno não está garantida, alertam os analistas. “Kuzcynski receberá muitos votos antifujimoristas”, afirmou o diretor do instituto de pesquisas Vox Populi, Luis Benavente, que acredita que os votos de Verónika Mendoza e do quarto colocado Alfredo Barnechea (7,69%), assim como parte dos demais candidatos (10 no total), devem seguir para Kuzcynski. “Teremos um segundo turno muito polarizado”, prevê Benavente.
Keiko é filha de Alberto Fujimori, de 77 anos, foi preso há 11 anos e condenado por crimes contra os direitos humanos e corrupção. Ele cumpre uma pena de 25 anos e sua libertação, caso Keiko chegue à Presidência, foi um tema reiterado de campanha. Ela prometeu que não beneficiará seu pai caso seja eleita.
Kuczynski, de 77 anos, é economista com passagem pelo Banco Mundial e foi ministro da Economia de Alejandro Toledo (2001-2006), e de Energia de Fernando Belaúnde (1980-1985). Seu programa econômico tem um viés liberal, mas ele deve reforçar compromissos sociais na nova etapa da campanha para se aproximar do eleitorado de Verónika Mendoza