Dos 367 votos favoráveis e 137 contrários, a Câmara Federal aprovou, neste domingo (17), autorização para ter prosseguimento no Senado do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Entre os votos favoráveis, seis de Mato Grosso. Votaram pelo impeachment os deputados Adilton Sachetti (PSB), Carlos Bezerra (PMDB), Fábio Garcia (PSB), Nilson Leião (PSD), Victório Galli (PSD) e José Augusto Curvo “Tampinha” (PSD).
Os deputados Ságuas Moraes (PT) e Valtenir Pereira (PMDB) votaram contra o afastamento da presidente.
O primeiro deputado de Mato Grosso a votar foi o socialista Adilton Sachetti. Em sua fala ele citou a esposa, Rose Sachetti, que faz tratamento contra o câncer, e Rondonópolis. “Pelo Brasil, por Mato Grosso, pela minha querida Rondonópolis, pela minha família, e em especial pela minha mulher que neste momento luta pela vida, é sim!”.
Já deputado Carlos Bezerra, presidente do PMDB de Mato Grosso, lembrou sua trajetória política e citou que foi preso na ditadura militar. Disse também que há 50 anos ajudou a fundar o antigo MDB, que deu nome ao PMDB. “Eu voto sim”. O voto de Bezerra já era esperado, pois ele sofreu pressão da cúpula nacional do PMDB para votar pelo impeachment.
O líder da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, Fábio Garcia (PSB), como era esperado votou pelo afastamento de Dilma. “Pela retomada da esperança, por um novo caminho, pelo meu Mato Grosso que tanto amo, pelos milhões do povo que foram as ruas, pelos meus mato-grossenses, eu voto sim”, disse.O
O tucano Nilson Leitão disse que ninguém vai dividir o país. “O Brasil chegou hoje no juízo final. De uma luta de quase um ano falando que o impeachment tinha que ocorrer. Que Deus ilumine esse país. Pela nossa pátria unida, e não um Brasil de nós e deles. Ninguém vai nos dividir”.
Representante da bancada evangélica na Câmara, Victório Galli (PSC) criticou o PT no momento em que votou sim pelo impeachment. “Em nome do povo cristão, que enfrenta a corrupção “Já dizia Olavo Carvalho na década de 90 que o PT daria PT no Brasil: perda total”.
O petista Ságuas Moraes reafirmou que o impeachment é golpe. “Pelo Brasil e por Mato Grosso, por tudo que Lula e Dilma fizeram neste país, pela democracia e contra o golpe, meu voto é não”, disparou.
O deputado José Augusto Curvo “Tampinha” (PSD) lembrou que votou sim pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao se manifestar favorável a saída de Dilma. Tampinha também citou o governador Pedro Taques (PSDB). “Pelo meu povo de Mato Grosso, pelo governador Pedro Taques, homem sério e honesto, pela família Curvo, eu voto sim, senhor presidente”.
Como havia prometido na manhã deste domingo, o deputado Valtenir Pereira (PMDB) votou contra o impeachment alegando que os motivos apresentados na fundamentação não justificam o afastamento da presidente Dilma Rousseff. “Se chegar neste plenário o processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer com o mesmo fundamento deste processo de impeachment, eu já adianto aos meus pares, meu voto é não”, comentou.
Impeachment – Com a aprovação do pedido de impeachment pela Câmara Federal o processo será remetido ao Senado Federal, que será a Casa responsável por fazer o julgamento final.
No Senado ele será distribuído e uma nova comissão deverá ser criada, a qual também deverá emitir um parecer acerca da admissibilidade do pedido. Os senadores têm 10 dias para elaborar o relatório.
Se o impeachment passar pela comissão, ele precisa ser aprovado por maioria simples, ou seja, 50% dos senadores mais 1 precisa se manifestar a favor do pedido de afastamento. Com isso, Dilma será afastada do cargo por 180 dias, e o processo será definitivamente instalado.
Dos três senadores de Mato Grosso apenas Wellington Fagundes (PR) é contra o impeachment da presidente Dilma. Já o senador José Medeiros (PSD), foi o primeiro a defender a saída da presidente. Por último quem aderiu foi o senador Blairo Maggi (PR), que era considerado aliado de primeira hora do Partido dos Trabalhadores.