Falando às vésperas de uma visita a Pequim, o ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, disse nesta segunda-feira que a China está deixando o mundo “preocupado” com a intensificação de sua presença militar e sua expansão marítima nos mares do Leste e da China Meridional.
Há tempos os laços entre China e Japão, a segunda e a terceira maiores economias do mundo, vêm sendo prejudicados por uma disputa territorial, uma rivalidade regional e o legado da agressão japonesa durante a II Guerra Mundial.
Os dois países disputam a soberania de um grupo de ilhotas desabitadas no Mar do Leste da China, e Pequim está construindo ilhas em recifes no Mar da China para reforçar sua reivindicação sobre o território.
A China vem causando tensão com suas atividades militares e infraestruturais nas ilhas do Mar da China Meridional, incluindo a construção de ferrovias, embora Pequim afirme que a maior parte do que está construindo tem finalidades civis, como faróis.
“Falando sinceramente, um aumento rápido e nebuloso nos gastos militares (da China) e as tentativas unilaterais de mudar o status quo nos mares do Leste e da China Meridional com o objetivo de erguer um Estado marítimo forte não estão deixando somente o povo do Japão, mas países da região Ásia-Pacífico e da comunidade internacional intensamente preocupados”, disse Kishida em um discurso a líderes empresariais.
A China reclama para si quase todo o Mar da China Meridional, em que se acredita existirem grandes jazidas de petróleo e gás. Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã também reclamam partes das águas, através das quais cerca de 5 trilhões de dólares circulam todos os anos.
Kishida planeja visitar a China até o feriado prolongado da “Semana de Ouro” do Japão, que começa na próxima sexta-feira.