O governador Pedro Taques (PSDB) vai se reunir com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) nesta terça-feira (3), em Brasília. O convite partiu do peemedebista, que está na iminência de assumir a presidência da República com o provável impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Desde que o impeachment foi aprovado pela Câmara Federal, no último dia 17 de abril, Temer vem mantendo encontros com as principais lideranças políticas e empresariais do país.
Apesar de ser próximo do vice-presidente, Pedro Taques é um dos governadores do PSDB que se posicionaram contrários a participação da sigla em um eventual governo Temer. No entendimento de alguns tucanos, a participação desgastaria o PSDB em função da crise econômica e política que assola o país e que deve perdurar na gestão Temer. Além disso, pode comprometer o projeto político do partido em 2018. A recusa de cargos não implicaria no apoio do PSDB a Temer caso assuma a presidência.
A reunião de Taques e Temer ocorre antes do encontro do PSDB, também marcado para amanhã em Brasília. A reunião da cúpula nacional do PSDB vai discutir justamente a possível participação do partido no governo Temer com a indicação do senador José Serra e outros tucanos para ministérios e cargos estratégicos do governo Federal. Serra teria sido indicado para o Ministério das Relações Exteriores, mas seu foco seria a Fazenda. No entanto, o senador Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, teriam barrado a indicação de Serra para o Ministério da Fazenda com o argumento de que o cargo fortaleceria sua candidatura a presidente da República em 2018. Com isso, a opção para a Fazenda seria Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central no governo Lula. Meirelles teria o respaldo de uma ala do PSDB para assumir o comando das finanças do país.
Existem ainda rumores de que Temer convidaria o governador Pedro Taques para o Ministério da Justiça. O vice-presidente busca um nome capaz de evitar suspeitas de que poderá haver qualquer interferência na Operação Lava-Jato e Taques, que foi aluno de Temer, seria a opção ideal. Apesar de não ter intenção de abrir mão do governo de Mato Grosso para ser ministro de um governo transitório, Taques deve ser consultado sobre o melhor nome para assumir o Ministério da Justiça.
No início da semana passada, o vice-presidente se reuniu com o senador Blairo Maggi (PR). Na reunião foi discutido o apoio do agronegócio a Temer.