"> Crime ambiental – CanalMT

Crime ambiental

Hoje, vamos convidar o leitor a refletir sobre um tema que naquela época mexeu com todo mundo. Muitos protestaram e com razão.

Já se passaram cinco anos que as mais de duas mil e quinhentas árvores foram retiradas dos canteiros das ruas e avenidas para a implantação do tão esperado Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande.

Uma ação truculenta e porque não dizer curiosa até porque uma das fortes razões para escolha do VLT foi que ele era ecologicamente correto.

O modal de transporte público foi escolhido para atender a demanda de usuários para a Copa do Mundo de 2014, o que nunca aconteceu,  e do total de árvores retiradas, apenas 250 seriam replantadas em outros locais.

As árvores em questão ficavam nos canteiros por onde o VLT quem sabe um dia poderá passar.

O fato é que hoje notamos que este Consórcio Cuiabá VLT poderia até ter tido boas intenções, no entanto destruiu a nossa querida Cidade Verde. Jogou fora mais de 2.334 árvores frutíferas como buritis e pés de bocaiuvas.

A obra do VLT tornou-se uma ilusão e um pesadelo presente em nossa realidade. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos é crime.

Quem pagará por este crime ambiental? Cadê o projeto de paisagismo, para reposição das árvores, prometido pelo Consórcio?

Governo e Consórcio discutem hoje sobre aditivos para terminar o VLT, mas se esquecem que a nossa cidade foi vítima de um crime ambiental, tendo toda população cuiabana e várzea-grandense de testemunha.

Não foram capazes de agir com sustentabilidade. Faltou inteligência suficiente para que os recursos naturais fossem utilizados de forma ecologicamente correta num plano de manejo programado, sobretudo com foco na preservação.

A ausência da adoção de uma prática sustentável como o que foi feito com a retirada das árvores da nossa cidade, elimina a possibilidade de novas perspectivas de qualidade de vida para toda população.

No entanto, parece-nos lícito acreditar que já passou da hora dos responsáveis por tamanha irresponsabilidade devolverem ao artista sua mais sublime e encantadora inspiração e a nossa cidade a sua alma de ser Cidade Verde.

E quem sabe um dia voltemos a cantar. Cuiabá cidade verde ai, ai, ai, com cheiro de pequizá, ai, ai, ai…

HAROLDO DE ARRUDA JÚNIOR é professor, mestre em Filosofia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)


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