Donald Trump fingiu ser seu próprio porta-voz durante uma série de entrevistas nas décadas de 70, 80 e 90, revelou o Washington Post nessa sexta-feira. O jornal americano teve acesso a gravações nas quais o provável candidato republicano às eleições americanas conversa com jornalistas se passando por assessores chamados John Miller ou John Barron.
Em uma das gravações, de 1991, uma repórter da revista People ligou para o escritório de Trump para solicitar uma entrevista com o magnata sobre o fim de seu casamento de 12 anos com a modelo checa Ivana Zelníčková e os rumores de que ele estaria envolvido com outras celebridades. Dentro de dez minutos, a jornalista recebeu um retorno do assessor de Trump, um homem chamado John Miller, cuja voz era idêntica a do bilionário.
O suposto assessor deu detalhes íntimos sobre a vida amorosa de Trump. Segundo Miller, muitas atrizes e famosas “ligam para ver se podem sair com ele”, inclusive a cantora Madonna. O porta-voz também encheu seu chefe de elogios. “Você conhece ele?”, perguntou à repórter. “Ele é uma ótima pessoas que nunca quis machucar ninguém. Ele tratou sua mulher muito bem.”
Trump negou as acusações em entrevista a emissora NBC nessa sexta-feira. “Não era eu ao telefone. E não parecia a minha voz. Eu vou te dizer. Não era eu ao telefone. E quando foi isso, há 25 anos?”, afirmou o republicano. “Muitas, muitas pessoas estão tentando imitar a minha voz e você pode imaginar isso. Isso soa como um desses golpes, um dos muitos golpes. Não soa como eu.”