"> Emergência – CanalMT

Emergência

Afirmam os técnicos que o déficit do tesouro nacional é de 170  bilhões de reais. A presidente anterior previa um superávit de 24 bilhões pra esse ano, concordando depois, a contra gosto, com uma defasagem de 96 bilhões. Olha o tamanho da diferença.

A dona Dilma concedeu benefícios  que não podia, reduziu impostos sem critérios, não se preocupou em fechar ralos como o da previdência e deixou um furo de caixa difícil de ser tampado.  Assim o problema emergencial do governo atual é estancar a sangria e sinalizar para a nação que encontrou um jeito de sair do atoleiro.

Mas enquanto o país vai indo pro brejo com a possibilidade de não conseguir pagar suas contas ou de atrasar salários dos funcionários; enquanto estão paradas as obras de infraestrutura; enquanto a saúde pública piora a cada dia, alguns setores gastam tempo discutindo a falta de mulheres e de negros no governo, ou a fusão/extinção de tal ou qual ministério.

O País é  um paciente em crise respiratória aguda, cuja vida depende de ações rápidas e imediatas. Não é hora de gastar energia com perfumaria.  Sei que cultura, esporte, igualdade, etc. tem enorme importância para a nação.  Mas, a despeito da relevância,  não são prioridades. A hora é de estabilizar o paciente e quem tem esse poder é o núcleo econômico: fazenda, planejamento, casa civil, relações exteriores, ministérios formados com excelentes profissionais.

A previdência tem um rombo tão grande, que se não sanado, em pouco empo não haverá dinheiro para pagar os aposentados.

Uma série de benefícios fiscais indevidamente concedidos aos empresários devem  ser revistos. Eles (os empresários) precisam aprender a competir sem depender de benesses do setor público. Além disso, os subsídios  são muitas vezes deturpados e sujeitos a mil fraudes.

O governo precisa urgentemente cortar despesas e aumentar a arrecadação, para isso depende  do Congresso, quase sempre indisposto a votar medidas austeras.

O  presidencialismo de coalizão em um país onde existem mais de 30 partidos políticos é  muito complicado. Não é fácil agradar a maioria necessária para aprovar medidas, principalmente as impopulares. Cada partido ou bloco quer algo em troca. Agora mesmo o presidente  interino foi obrigado a aceitar um líder de governo  alvo de processos e acusações  para não perder apoio dos deputados nas próximas  votações.

O bom senso recomenda que apoiemos o presidente nessa transição. Definitivamente não temos outra escolha, bombardeá-lo nesse momento significa aprofundar essa monstruosa crise. A  falta de apoio político, mesmo porque o presidente não tem  sustentação popular, é o pior que pode acontecer. O pragmatismo exige que torçamos por ele, ou melhor, por nós, para superação dessa má fase.

Que fiquem na oposição raivosa somente os petistas e os artistas entusiastas do bolivarianismo, que teimam em desprestigiar o país no exterior, fazendo manifestações e repercutindo a “importantíssima” opinião de Cuba, Bolívia e Venezuela sobre o impedimento da presidente. Dos demais, pelo menos nessa emergência, esperamos racionalidade. Se o governo Temer naufragar nós estamos perdidos, a palavra mais  apropriada  é outra, mas não convém usá-la.

Renato de Paiva Pereira – empresário e escritor.

renato@hotelgranodara.com.br


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Comentário

  1. SEBASTIÃO DONIZETTE 23 de maio de 2016 at 15:27 - Reply

    Renato:
    Porque a gente não começa tirando de onde está sobrando:
    Fiz uma estimativa para saber quanto a gente PAGA para o Ministro da Sojicultura continuar na Revista Forbes e orgulhar nosso país. Acompanhe os cálculos (por baixo):
    Estimo que Blairo Magi tem 50 mil hectares. Um hectare produz 70 sacas de soja. A saca é vendida a R$ 81. Isto dá R$ 283 milhões. Se pagasse 17% de ICMS pagaria R$ 48 milhões. 
    Além disso, Blairo compra produção de outros 50 mil hectares, o que dobra o valor do imposto para R$ 96 milhões. 
    R$ 96 milhões dividido por 12 meses = R$ 8 milhões de sonegação por mês, que equivale a 10 triplex do Lula por mês graças à Lei Kandir, do governo FHC. Será que você acredita mesmo no que escreve?

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