Para evitar o atraso do pagamento do salário dos quase 100 mil servidores públicos, o governo do Estado apresentou nesta segunda-feira (30) uma proposta sobre o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) aos 27 sindicatos que compõem o Fórum Sindical. Pela proposta, o governo pagará 2% do RGA na folha de setembro e 3% na folha de janeiro, elevando o salário dos servidores do Poder Executivo ao percentual de 5%.
Conforme o secretário de Estado de Gestão, Júlio Modesto, a proposta do Governo leva em consideração o atual cenário da economia nacional. Mato Grosso já deixou de receber R$ 110 milhões da União, por frustração na receita.
Diante da proposta do governo, o Fórum Sindical decidiu apresentar uma contraproposta que será entregue na tarde desta segunda-feira ao governo. Os servidores reivindicam o pagamento integral da reposição inflacionária de 11,28% ainda este ano. No entanto, flexibilizaram e aceitam o parcelamento em três vezes. Já o governo reafirma que não existe condições financeiras para atender a proposta dos servidores sob pena do Estado atrasar os salários e descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Nossa proposta leva em conta o reforço de receita incremental. Já temos R$ 600 milhões de defasagem no orçamento e precisamos fazer um esforço na receita para conseguir pagar a RGA”, disse o secretário de Gestão.
O secretário de Estado de Fazenda, Paulo Brustolin, ressaltou que será feito um enorme trabalho na receita. Ele lembrou que a União deve ao Estado parcelas finais referentes ao FEX de 2015 e ainda não recebeu nenhuma parcela de 2016. “As leis de carreira estão sendo respeitadas, mas adversidades nos impedem de pagar o RGA em sua integralidade, neste momento, na forma como gostaríamos”.
Greve Geral – O Fórum Sindical vai apresentar a contraproposta ao governo e até o final do dia aguardam uma posição. Caso o governo mantenha as condições para pagar o RGA apresentada na manhã de hoje os servidores prometem deflagrar uma greve geral a partir de terça-feira (31). Algumas categorias não esperaram a conclusão das negociações e já entraram em greve, como é o caso dos servidores da Secretaria de Estado de Saúde. Os servidores da saúde alegam que a proposta de pagar apenas 5% do RGA esse ano é uma “afronta”.