Hillary Clinton ganhou nesta terça-feira a última primária do Partido Democrata, realizada em Washington D.C., e se reuniu com o rival Bernie Sanders, no momento em que os Estados Unidos enfrentam as sequelas do pior atentado em seu território desde 11 de setembro de 2001. De acordo com os canais CNN e NBC, Clinton venceu na capital federal com cerca de 80% dos votos. Após o anúncio do resultado, a ex-secretária de Estado e o senador se reuniram em um hotel de Washington “e tiveram uma discussão positiva sobre suas respectivas campanhas, sobre a unidade do partido e a perigosa ameaça que Donald Trump representa para nossa nação”, afirma um comunicado.
Longe de resultar em uma união nacional, o atentado, que deixou 49 mortos e 53 feridos em uma boate gay de Orlando reativou o debate entre o republicano Donald Trump e Hillary, que apresentaram pontos de vista opostos para combate o terrorismo. O magnata de Nova York ampliou a proposta de vetar a entrada de muçulmanos no país, ao afirmar que, se eleito, “suspenderia” a imigração de países com uma “história comprovada de terrorismo”.
Trump também insinuou que o presidente Barack Obama simpatizava com o grupo extremista Estado Islâmico – que reivindicou o atentado em Orlando -, Hillary Clinton criticou os comentários. “Inclusive em tempos de divisões políticas, isto está além de qualquer coisa que alguém que aspira ser presidente dos Estados Unidos deveria dizer”, afirmou a ex-secretária de Estado.
Unidade sob condições – Os democratas de Washington votaram nas primárias uma semana depois de Hillary Clinton ter assegurado o número de delegados necessários para garantir a indicação. Sanders, senador por Vermont, se nega até o momento a abandonar a disputa contra Clinton, mas na semana passada adotou um tom mais conciliador ao prometer “trabalhar” com a ex-primeira-dama para derrotar Trump. Políticos próximos de Sanders afirmam que o senador autoproclamado “democrata socialista”, que reuniu milhares de pessoas em sua campanha, especialmente jovens, com sua mensagem contra o poder do sistema financeiro, deve impor condições para formalmente alinhar-se com Hillary.