Thomas Mair, o suposto assassino da deputada trabalhista inglesa Jo Cox apoiava e comprava livros do grupo neonazista americano National Alliance, informou nessa sexta-feira a imprensa britânica. Ele também lia manuais de instrução sobre fabricação de armas caseiras. O jornal The Guardian teve acesso aos recibos de compra dos livros, que estão no nome de Thomas Mair. Uma das faturas, datada de 1999, mostra que Mair gastou mais de 620 dólares (2130 reais) em livros como “Química de pós e explosivos”, “Incendiários” e “Manual de munição improvisadas”, que, entre outras coisas, detalham como construir uma pistola com materiais improvisados.
Mair também comprou o manual ilustrado “Ich Kampfe”, que era distribuído aos membros do partido nazista alemão em 1942, e era assinante da SA Patriot, uma revista sul-africana racista publicada pelo grupo Apartheid White Rhino Club.
O atirador, de 52 anos, foi preso na quinta-feira acusado de matar Cox, que foi alvejada e esfaqueada em frente a uma biblioteca em Birstall, nos arredores de Leeds. Segundo testemunhas, Mair gritou “Britain first” (bretanha primeiro) antes de atirar na deputada. O lema é também o nome de uma minúscula legenda política ultranacionalista que mantém posições xenófobas.
O irmão do acusado, Scott Mair, disse a repórteres que ele tinha um histórico de doença mental, mas não era violento. Segundo seus vizinhos, Mair era um homem solitário e apaixonado por jardinagem. A vizinha Diana Peters, de 65 anos, relatou à agência Reuters que conhecia Thomas Mair desde menino e que ele nunca recebia visitas. “Estou totalmente arrasada – não quero acreditar nisso. Ele sempre me foi muito útil”, disse. “Tudo que eu pedia a ele, ele fazia de boa vontade, e às vezes sem que eu precisasse pedir”, acrescentou. Mair ensinou inglês a estrangeiros na comunidade local durante vários anos e foi criado pelos avôs.