Durante as negociações com a polícia americana, o terrorista que matou 49 pessoas em Orlando ameaçou explodir um carro armado com explosivos e amarrar bombas em quatro reféns. De acordo com transcrições parciais de três telefonemas que Omar Mateen, morto pela polícia, fez enquanto mantinha reféns na boate, divulgadas nessa segunda-feira pelo FBI, o atirador também pediu que os Estados Unidos parassem de bombardear a Síria e o Iraque.
As transcrições publicadas detalhem uma ligação feita por Omar aos serviços de emergência americanos, por volta das 2h da manhã do horário local do dia 12 de junho (3h em Brasília). Durante a chamada, o terrorista se identifica como o atirador que invadiu a boate Pulse e, em árabe, afirma que agiu “em nome de Alá”.
O FBI também informou, em um comunicado, detalhes das negociações feitas com Mateen enquanto ele mantinha os reféns presos. Durante as conversas telefônicas com o negociador, o terrorista afirmou ser um soldado islâmico e ameaçou explodir um carro armado com explosivos do lado de fora da boate. “Tem um veículo lá fora que tem algumas bombas, só para vocês ficarem cientes. Vocês vão tentar pegá-lo e eu vou explodi-lo se alguém fizer algo estúpido”, disse ele.
O terrorista também pediu que o Exército dos Estados Unidos parasse de bombardear a Síria e o Iraque e ameaçou amarrar bombas em quatro reféns. Segundo Omar, ele mesmo estaria vestindo um colete de explosivos, igual aos “usados na França”, nos atentados de novembro de 2015. Ainda durante as negociações, o atirador declarou: “Nos próximos dias, vocês vão ver mais ações como essa acontecerem”.
Segundo o FBI, buscas na boate Pulse e no carro do atirador não encontraram bombas ou coletes de explosivos. “Ele as fez essas declarações assassinas de forma descontraída, calma e deliberada”, afirmou Ron Hopper, agente especial da polícia federal americana.
As transcrições divulgadas são parciais e não incluíam o momento em que Omar jurou lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Segundo Hopper, todas as referências à organização terrorista foram omitidas, de modo a não “propagar discurso violento”. O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Paul Ryan, acusou o governo de Barack Obama de censura e pediu que as transcrições completas fossem divulgadas.