A Secretaria de Estado de Saúde alerta a população sobre a prática de golpes contra parentes de pessoas em tratamento nas unidades públicas de saúde. A prática comum dos golpistas é ligar para os familiares, em nome da direção ou mesmo dos médicos do quadro hospitalar, solicitando dinheiro para a realização de atendimentos cirúrgicos, exames e até medicamentos. Durante a tentativa de extorsão são cobrados depósitos de altas quantias para o pagamento de procedimentos que são oferecidos gratuitamente pelo SUS.
Um desses casos ocorreu este ano no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, quando uma família foi procurada e pressionada a pagar pelo medicamento utilizado por um familiar que estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A família entrou em contato com a direção da unidade e imediatamente registrou Boletim de Ocorrência acionando a Policia Civil que mobilizou uma ação resultando na prisão em fragrante dos envolvidos.
A diretora do Hospital Metropolitano, Inês de Souza Suaert, explicou que familiares do paciente receberam telefonemas e por pouco não venderam bens para depositar a quantia solicitada. “Os integrantes da quadrilha se passam por médicos ou por alguém ligado ao médico que está cuidando do paciente e pedem depósito em dinheiro com a maior urgência possível”, alertou a diretora.
Outro caso foi resgistrado no Hospital Regional de Sorriso no ‘golpe do exame’. Os bandidos telefonaram para parentes dos pacientes e alegaram que precisavam de transferências bancárias para a realização de exames. De posse das informações, os golpistas disseram aos familiares que os procedimentos não eram cobertos pelo SUS. Então, pediram que os parentes fizessem um depósito ou transferência bancária. A direção da unidade orientou a família que não fosse feito qualquer depósito porque todos os procedimentos são gratuitos.
A ousadia é tanta que em Rondonópolis, na Santa Casa de Misericórdia, a alegação era a mesma para agilizar o tratamento do paciente via particular. A justificativa usada pelos golpistas para convencer as vítimas foi afirmar que, pelo SUS, o processo seria muito mais demorado. Os envolvidos foram descobertos e presos.
Diante das recorrências, a secretária adjunta de Regulação da SES, Maria Gabriela Boabaid Teixeira, alerta que o procedimento não é legal e que os hospitais regionais realizam 100% dos serviços financiados pelo SUS. “A SES vem trabalhando para montar a regulação e o controle dos serviços de saúde. Zelamos pelos princípios do SUS em não cobrar por exames ou qualquer tratamento oferecido aos pacientes. Qualquer ligação de solicitação de pagamento por exames, medicamentos ou procedimentos a familiares de pacientes, trata-se, portanto, de um golpe”.
Gabriela acrescenta que as vítimas procurem sempre a direção das unidades e se dirijam a uma delegacia, informando o fato ocorrido para registro de um Boletim de Ocorrência a fim de que a polícia tome as providências cabíveis. Outro canal é a ouvidoria Geral do SUS, no 136.