Entre João, Elis, Joelma e Fiuk está Serguei. Os quatro cachorros, com os nomes de artistas são os únicos companheiros da figura do rock psicodélico das décadas de 60 e 70 no Templo do Rock, em Itaúna, onde mora e recebe visitantes e turistas gratuitamente.
Há seis meses ele se afundou numa crise financeira, após um rombo nas contas deixado por um ex-funcionário, segundo conta:
— Era uma pessoa que cuidava de mim. Fiquei nervoso, não comia bem. Aí vieram os jornais aqui, a televisão…. — desabafa, com a fala embargada e andando com dificuldade. — Eu fui ajudado pelo Gugu [Liberato]. Ele pagou as minhas dívidas e consertou as infiltrações da casa. Depois disso, as coisas melhoraram. Sou muito agradecido a ele por tudo. Mas ainda estou muito cansado, muito nervoso, no geral. As pessoas estão difíceis.
Morador da cidade da Região dos Lagos desde os anos 80 após deixar a capital, o artista diz que ganhou a casa de dois andares e quintal amplo de presente de um amigo surfista.

O Templo do Rock, atualmente, recebe ajuda de custo da Prefeitura de Saquarema. O governo reconhece o artista como figura ilustre da cidade e tem seu aniversário na agenda pública do município.
— No dia do meu aniversário, eles me convidam para tomar um café com a prefeita [Franciane Motta] (…) “It pay it all”(Isso recompensa tudo, em tradução direta do inglês). Outro dia, fui ali fora num encontro de motos e as pessoas me cercaram. Fico feliz de ainda levar alegria para as pessoas — emociona-se o cantor.
Esse ano, o eterno beatnik será tema de três filmes em produção: “Ficcicodelia”, “O último beatnik”e “Serguei: 100 anos de sacanagem” (com título sujeito a mudanças), produzido por André Kaveira, seu amigo e produtor. Um dos documentários deverá ser lançado no Festival do Rio.