O primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou que irá deixar o cargo de chefe de governo e líder do Partido Conservador na próxima quarta-feira, abrindo caminho para que a ministra do Interior Theresa May assuma o posto. A disputa pelo cargo acabou nesta segunda-feira, quando a outra finalista na disputa, a secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom, decidiu deixar a corrida.
Até a manhã de hoje, era esperado que Cameron permanecesse como líder britânico pelo menos até setembro, quando ocorreria a votação entre os 150.000 membros do Partido Conservador para decidirem entre May e Leadsom. O atual premiê havia prometido se manter como líder até que um novo representante fosse escolhido, depois de ser derrotado no referendo do mês passado, quando os britânicos optaram pela saída da União Europeia (UE) e contrariaram sua ferrenha campanha pela permanência.
Com a desistência de Leadsom e a consequente vitória de May, Cameron abreviou o seu tempo no governo, que já durava seis anos. “Obviamente com essas mudanças nós não precisaremos de um prolongado período de transição, então amanhã farei minha reunião final no gabinete”, declarou o premiê nesta segunda. Na quarta-feira, Cameron irá ao Parlamento responder suas últimas perguntas no cargo e, em seguida, fará sua renúncia formal, sendo substituído por May.
Ao anunciar a data de sua saída, o premiê elogiou a decisão de Leadsom de deixar a disputa para agilizar o processo de substituição do chefe de governo e, assim, do próprio Brexit. “Está claro que Theresa May tem o suporte imenso do Partido Conservador no Parlamento”, comentou. “Estou encantado que May será a próxima primeira-ministra. Ela é forte, competente e mais do que apta a oferecer a liderança que o país vai precisar nos próximos anos”, afirmou Cameron.
A ministra de 59 anos será responsável por conduzir o Reino Unido no difícil processo de saída UE e prometeu honrar a decisão do povo britânico, apesar de ter sido favorável à permanência no bloco. May está na chefia do Ministério do Interior desde 2010 e tem amplo apoio no Partido Conservador por sua vasta experiência política e a postura linha dura contra a imigração que adotou dentro do governo.