Mato Grosso iniciou-se quente o ano quente, o país e como não poderia deixar de ser em grande parte do planeta o calorão também vem assustando. Com temperaturas elevadas em ambiente natural ou antropizado, seja local, regional ou mundial, a vida paga um preço.
Monitoramento em pesquisas climatológicas confirmam que nos 201 países que compõem o globo terrestre o aquecimento ambiental faz-se sentir com mais ou menos intensidade em 2014 e 2015, prenunciando o que poderia vir em 2016. Assim, as fortes e difusas alterações nas condições de intempéries reinantes no ambiente vêm se confirmando.
De alguma forma este fenômeno-ciclo vem alterando e modificando a vida na Terra. Seja para mais quente, seja para mais frio, o clima vem literalmente apresentando-se difusamente e de maneira mais agressiva e consequentemente mais expressiva nas últimas três décadas no mundo.
Em vários ambientes terrestres a temperatura vem variando de 40º a 50º graus positivos embora em períodos de tempo relativamente curtos cronologicamente falando. Mesmo assim, isso afeta de alguma maneira a vida na sua essência.
Embora saibamos que este é um processo cíclico natural que ocorre de tempo em tempo devendo ser encarado com naturalidade, todavia com precaução. Nesse sentido ações preventivas para modificar impactos previsíveis e evitáveis precisa ser tomado por governantes e gestores.
Centros de pesquisas climatológicas e meteorológicas espalhados pelo mundo como, por exemplo, Inpe-CPTEC… No Brasil, Nasa… Nos Estado Unidos, Alemanha, Austrália, Espanha… Continuam alertando as autoridades e gestores públicos quanto às evidências de catástrofes previsíveis e evitáveis.
Ao mesmo tempo academias no mundo inteiro detentoras de conceituados cientistas, pesquisadores, técnicos… Apontam caminhos para evitar ou pelo menos amenizar a concretização de tais evidências.
No entanto, denota-se falta de interesses de governantes e gestores para entender a questão de maneira objetivamente holística, visando à diminuição desse descompasso entre a teoria e a prática.
Fatos, por exemplo, ocorridos no Brasil em 2010, com calor e seca extrema no Nordeste brasileiro e chuvas extrema no Sul e no Norte do país se faz presente em 2014, causados por inúmeros fatores. Dentre estes, destaca-se o fenômenos El Niño. O reflexo pode ser sentido em 2016.
A falta de políticas públicas consistentes e sustentáveis para dar um norte a esta realidade é paradoxalmente uma realidade. Sem planejamento adequado e sem sustentabilidade ambiental, a vida não resistirá por muito tempo. Isso é fato!
Como se sabe, a desordenada pressão antrópica sobre os recursos bióticos e abióticos põe em perigo a continuidade da vida. De maneiras diferentes e formas gratuitamente agressivas, o meio ambiente está sendo utilizado de maneira aleatória mundo afora sem grandes preocupações.
Com a degradação continuada, aliada à inércia da gestão pública, cria-se uma agravante a mais à continuidade da vida. Como se vê, os extremos climáticos continuam se acentuando em todo o globo terrestre e situações desesperadoras pipocam diariamente no mundo inteiro.
Para as regiões tropicais, 2014 e 2015 mostraram de maneira clara sua força com um calorão de rachar. Em 2016, então o que esperar e fazer com esse calorão? Pelo andar da carruagem não haverá trégua, literalmente falando. Então, com a palavra autoridades e gestores públicos! Por que não?
ROMILDO GONÇALVES é biólogo, professor e pesquisador em Ciências Naturais da UFMT/Seduc e doutorando em Agricultura Tropical.