Um aglomerado de luzes em meio à noite pantaneira. Essa foi uma das concepções dos arquitetos Paulo Molina e José Afonso Portocarrero na criação do projeto do Complexo Turístico e Histórico de Mimoso, o Memorial Rondon. Com cinco mil metros quadrados, a construção tem como referências a sustentabilidade e a cultura indígena. Edificado no distrito de Mimoso, em Santo Antônio de Leverger, o Memorial faz parte do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Turismo (Prodestur) e custou R$ 2,9 milhões ao Estado.
Localizado na região da Baía de Chacororé, no Pantanal, a estrutura foi construída sobre uma palafita (modelo usado para edificações em meio a alagados). O espaço tem formato circular e o telhado com brises 100% de metal que remetem à ideia de ocas indígenas, uma das principais bandeiras do homenageado, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
O prédio do Memorial é totalmente envolvido por brises móveis, que quando fechadas possibilitam a proteção da área interna. Porém, eles são perfurados de forma a permitir a manutenção do local de maneira sustentável, utilizando a iluminação natural durante o dia e ventilação pantaneira, com foco na economia de energia. Porém, ventiladores foram fixados no teto para dias mais quentes.
Para brilhar no Pantanal durante a noite, o Memorial possui mais de 500 lâmpadas de led, que oferecem vantagens em termos de durabilidade e economia.
A edificação abriga ainda quatro laboratórios de pesquisa. De acordo com o arquiteto Paulo Molina, a ideia é que o local sirva como ponto de apoio para pesquisadores que estudam o Pantanal mato-grossense. “Existem muitas pesquisas sobre o Pantanal, por isso pensamos na construção de laboratórios para que os pesquisadores tenham um ponto de apoio que possa facilitar os estudos”, explicou Molina.
Além dos laboratórios, foram construídos dois amplos salões na parte superior da obra e dois pequenos auditórios no térreo. Esses espaços também foram idealizados para envolver a comunidade local com exposição de artesanato e biblioteca. O prédio ainda possui um mirante para observação do pantanal.
Histórico
O projeto foi criado em 1997 e fazia parte dos 10 projetos em comemoração aos 500 anos de descobrimento do Brasil. Também foi idealizado para comemorar os 150 anos do nascimento do Marechal Rondon. A obra começou a ser construída em 2001 e parou em 2003. Já em 2006 foi realizada uma nova licitação para retomada da construção que não ocorreu. A discussão para continuidade do complexo só foi retomada em 2012 com a vinda da Copa do Mundo em 2014. Porém, só foi reiniciada em 2015.
O Memorial faz parte do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Turismo (Prodestur) da Secretaria de Estrado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), por meio da adjunta de Turismo.