Com o objeto de dar transparência e publicidade, a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) e o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF) publicaram nesta terça-feira a versão online da Revista do Sistema da Avaliação Diagnóstica do Ensino Público Estadual de Mato Grosso (Adepe-MT). No material as instituições apresentam à sociedade escolar e à comunidade, a partir da realidade e dos elementos curriculares do contexto local, o nível de proficiência de estudantes da Educação Básica da rede estadual.
Foram avaliados alunos do 2º, 4º, 6º e 8º ano do Ensino Fundamental e do 1º e 2º ano do Ensino Médio, em Língua Portuguesa e Matemática. Com a exceção do 2º ano do Ensino Fundamental, para o qual o Ministério da Educação (MEC) aplica a Provinha Brasil sem escalonamento do grau de proficiência, os demais anos não são avaliados.
As análises baseiam-se na Matriz de Referência para a avaliação, que tem sua origem nas matrizes e orientações curriculares. Os padrões de desempenho foram divididos em escalas: Abaixo do Básico, Básico, Proficiente e Avançado.
De acordo com o superintendente de Formação dos Profissionais da Educação da Seduc, Kilwangy Kya Kapitango-a-Samba, o objetivo da avaliação foi diagnosticar as necessidades de aprendizagens dos estudantes para planejar, executar e orientar intervenções pedagógicas em sala de aula e políticas públicas com foco na melhoria da educação. “Além de fomentar ações de formação e desenvolvimento dos profissionais da Educação Básica, considerando os educadores como protagonistas de transformação social e inovação no ensino, na aprendizagem e na gestão educacional”, afirma.
Para ele, os resultados apresentados por escolas nos municípios são importantes para que as equipes de atendimento, como os técnicos da Seduc, as Assessorias Pedagógicas, Centros de Formação (Cefapros), tenham acesso às informações e possam verificar como está o desempenho em cada uma delas. “Assim, cada setor, naquilo que lhe compete fazer, deve criar estratégias para o atendimento e melhoria da proficiência dos estudantes”.
Interpretação dos dados
A Seduc já desenvolve ações formativas em análise, interpretação e apropriação dos resultados colhidos. “Já temos uma formação prevista para ocorrer em setembro, com os professores formadores dos Cefapros. Momento em que apontaremos os caminhos para que eles possam interpretar esses dados e identificar em quais descritores os estudantes apresentam dificuldades, para promover intervenções pedagógicas”, frisa Kapitango-a-Samba.
Por outro lado, o superintendente salienta que as avaliações são indicadores. “São ferramentas fundamentais para que os administradores do sistema e das escolas tomem decisões para melhorar o desempenho dos estudantes. Os dados quantitativos não expressam 100% do desempenho da escola. Não são elementos para fazer julgamentos absolutos, pois não representam a totalidade dos discentes de cada unidade escolar”.
Dados individuais
Kapitango-a-Samba explica que além dos resultados gerais disponíveis na Revista do Sistema de Avaliação, dados individualizados foram fornecidos exclusivamente a cada uma das escolas avaliadas. Dessa forma, cada professor e unidade escolar conhecerá as dificuldades de aprendizagem de cada estudante, para planejar procedimentos didáticos que os auxiliem no processo de construção do conhecimento e desenvolvimento de habilidades, capacidades e competências.
“Considerando que os resultados são disponibilizados nominalmente, para preservar a individualidade dos estudantes, não podemos, por questões éticas, torna-los públicos, para pessoas que não são docentes da escola”, finaliza o superintendente.