Nestas como em outras eleições se agiganta e está em moda uma figura das mais repugnantes – o ‘homosacosperma’-, ‘granfino’ e ‘requintado’.
De quem um líder deve se precaver para evitar o famoso ‘sapato alto’ ou ser picado pela ‘mosca azul’? Do bajulador, do ‘homosacosperma’. Em qualquer poder da República e em todos os níveis, essa figura disforme, fraca de caráter, é um perigo aos desavisados. Sabedor que seu alvo ocupará um alto cargo público, o escroto lhe será esticado. Como gosta de um manjar!
O ‘homosacosperma’ avilta a figura do herói, tornando-o refém de sua vaidade. E gosta, sem reservas, da liturgia do cargo – fica em êxtase!-. Feito para massagear a pudica de poderosos, caminha abertamente para o confronto com os que pensa ser adversários. Estes, agora de tapetes escorregadios, se veem numa vala comum de aviltamento. Nem imaginam que não é ‘do fronte’ que se devam proteger, mas dos francos e da retaguarda.
Encenam esses megalomaníacos dramas e caricatas comédias, divindades amadas por um Calígula moderno e expectador atento, adorador cruel e extravagante da miséria intelectual. Às vezes ébrios de alucinações, entorpecidos pelo narcisismo que lhes dá vida e destaque.
Não lhe é permitido às frustrações, mesmo porque as estica em escrotal alucinação. Afinal, ilusão é verdade; encenação, realidade; independência, mito.
Que saudades do ócio. Não aquele que castiga uns para favorecer luxentos preguiçosos. Mas o elogiado por Bertland Russell – “O hábito de buscar-se mais prazer no pensamento do que na ação constitui uma salvaguarda contra a imprudência e contra a paixão pelo poder, um modo de preservar a serenidade diante do infortúnio e a paz de espírito em meio à aflição”.
As verves dos honestos que fiquem a postos para evitar que bons homens e boas mulheres, em postos de comando, não ocupem o espaço público com o arroto capitaneado desses ‘homosacospermas’ tupiniquins.
Nos corredores dos palácios, nas secretarias, nas salas dos tribunais, nos gabinetes de ingênuos e simplórios, lá está ele (ou ela)– o (a) ‘homosacosperma’-, falando mal de alguém ou com um plano redentor. Arrumadinhos (as), engomadinhos (as), barba e cabelo bem ‘trabalhados’, gravata de ceda ou vestido da moda, de fino trato e ideias inovadoras, são todos (as) sorrisos estratégicos.
Depois, os que só assistem a ventura dessa cambada reclamam do destino. É hora de atitude, de luta, em tudo quanto há; o (a) ‘homosacosperma’ e sua trajetória de interesses deve ser confrontado, afastando-se o eleitor de candidatos que se vergam a isso.
É por aí…
Gonçalo Antunes de Barros Neto é juiz de Direito (email: antunesdebarros@hotmail.com).