"> Operação Seven: Silval desabafa, critica ex- secretários e descarta delação premiada – CanalMT
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Operação Seven: Silval desabafa, critica ex- secretários e descarta delação premiada

Da Redação

O depoimento do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) na tarde de segunda-feira (3) à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, na ação penal relativa Operação Seven, foi marcada pelo desabafo e críticas a ex-secretários de Estado, em especial a Pedro Nadaf, que atribuiu ao peemedebista, em um depoimento anterior, a responsabilidade de chefiar uma organização criminosa disposta a saquer os cofres públicos do Estado para pagamentos de dívidas pessoais e favorecimento do enriquecimento ilícito.

Silval rebateu ainda o ex-presidente do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto, que afirmou perante à magistrada ter medo do ex-governador e de seus ex-familiares.“Falar que ele (Afonso) teme a mim ou alguém da minha família é o maior absurdo que se pode dizer. Infelizmente, confiei nas pessoas que ocupavam cargos e usaram os cargos para fazer as coisas erradas”, afirmou Silval. “Conheço a minha família. Não temos passagem e nem essa marca de ameaçar ou ser risco para as pessoas. É a maior acusação infundada que se pode atribuir a alguém”, completou o ex-governador.

Questionado se faria alguma delação premiada com o intuito de ganhar liberdade ou até mesmo ter a pena reduzida numa eventual condenação criminal, o ex-governador negou veementemente essa possibilidade. “Não vou fazer nenhuma delação. Estou há um ano e um mês preso. Vou me defender como venho me defendendo das mentiras e das acusações. Vou aos tribunais superiores”.

Afonso disse em depoimento ter medo de familiares de Silval, como o irmão do ex-governador, Toninho Barbosa. Outros acusados de participarem da cobrança de propina na gestão passada dizem temer também o ex-chefe de gabinete do Palácio Paiaguás, Silvio Cézar Correa Araújo.

Silval acredita que o uso do seu nome está sendo usado por acusados para ganhar liberdade, em delações premiadas. “Todos que fizeram, estão fora. Existe a legislação pra isso. O que me deixa magoado e triste é que já vai para um ano, um ano e um mês que estou preso, e os depoimentos são todos marcados por contradições. Isto é que é revoltante”, colocou.

O ex-chefe do executivo ainda considerou com “traição” a postura do ex-presidente do Intermat, Afonso Dalberto, de culpá-lo por atos de corrupção praticados no órgão. Em depoimento, ele recordou que Dalberto esteve em seu gabinete chorando, por conta de problemas de saúde na família e ainda por, supostamente, estar sendo ameaçado por conta de uma disputa de terras em Nossa Senhora do Livramento.

Ele contou que, a época, determinou que a Secretaria de Segurança Pública investigasse as ameaças. “Tinha ele como amigo e ele veio até confessar sobre outros assuntos pessoais dele pra mim. Mas colocar que teme a mim e a família é o maior absurdo que eu já ouvi de uma pessoa que eu conheço há mais de 25 anos e tinha como amigo”, desabafou.

Da mesma forma, Silval analisou ter sido traído por outros ex-secretários. Desde que foi preso pela primeira vez, os ex-secretários César Zílio, Pedro Elias e Pedro Nadaf confessaram terem participado de esquemas na gestão passada e colocaram o ex-governador como o líder e chefe de uma suposta organização criminosa que agia dentro do Palácio Paiaguás. “Infelizmente confiei nas pessoas nos cargos que ocupavam e que usaram o cargo para fazer as coisas erradas que eu estou tendo conhecimento, assim como vocês, nestes processos”.


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