Adolf Hitler usava drogas como cocaína, heroína, metanfetamina e morfina, indicou o autor de um livro sobre o abuso de estimulantes durante o período da Alemanha nazista, Nornam Ohler. Segundo o especialista, algumas das mais importantes decisões foram tomadas pelo Führer quando ele estava sob o efeito dessas drogas.
O autor alemão se baseou em arquivos históricos encontrados em Berlim, como diários do médico pessoal de Hitler, Theodor Morell, para escrever sua obra “Blitzed” (algo como intoxicado ou “chapado”, em português). Segundo os registros, o ditador nazista inicialmente injetava vitaminas para se sentir mais disposto, mas depois passou a usar esteroides e hormônios para curar doenças, até chegar ao uso de cocaína e de um derivado da heroína, a partir de 1943.
“Chegou a um ponto de evasão da realidade que suas ilusões de tomar o mundo inteiro foram escancaradas e mostradas como eram: meras ilusões, completamente fora da realidade”, afirmou Ohler à emissora britânica BBC. De acordo com o escritor, é possível até observar efeitos da abstinência em vídeos mais próximos do final da Segunda Guerra, quando o acesso a drogas era mais restrito e Hitler tremia durante os discursos.
Ohler relatou um episódio específico em que, durante uma reunião com o ditador italiano Benito Mussolini em julho de 1943, um eufórico Hitler falou ininterruptamente até convencer o fascista a não apresentar sua rendição aos Aliados. Segundo o especialista alemão, nesse dia o nazista havia utilizado uma droga sintética derivada do ópio, semelhante à heroína. “A situação começou a ficar um pouco constrangedora porque ele realmente estava louco”, comentou em um vídeo elaborado pela BBC.
O autor afirma também que a Batalha das Ardenas foi arquitetada e comandada por Hitler quando ele estava sob o efeito de cocaína. O episódio citado no livro tratou-se da contraofensiva alemã lançada no final de 1944, usada como um último recurso pelos nazistas contra os Aliados. Ohler afirmou que, ironicamente, Hitler costumava pregar vários tipos de abstinência, inclusive a sexual. Também não bebia café, aboliu a carne de sua alimentação e dizia que “quanto mais um homem sobe na vida, mais precisa se abster”.