A batalha para libertar a cidade de Mosul, no Iraque, do Estado Islâmico (EI) poderia provocar “uma catástrofe” e “a mais longa e complexa crise humanitária” durante 2017, advertiu nesta terça-feira a Organização das Nações Unidas (ONU). A investida do governo iraquiano, com apoio da coalizão liderada pelos Estados Unidos, além da atuação das milícias curdas, deve afetar pelo menos 1,5 milhão de pessoas.
O chefe da Organização Internacional das Migrações (OIM) no país, Lothar Weis, advertiu que, já nas primeiras semanas, 200.000 pessoas devem deixar a cidade. Antes de se tornar um dos principais redutos do grupo extremista, em 2014, Mosul tinha dois milhões de habitantes, número que caiu em pelo menos 500.000 pessoas nos últimos meses.
Segundo a agência de refugiados da ONU, a maior parte dos habitantes que permanecem na cidade deve fugir frente à batalha entre o EI e as forças iraquianas, o que pode gerar um dos “maiores deslocamentos em massa da história recente”. Há vagas para 60.000 pessoas em acampamentos de emergência montados próximo a Mosul e mais 250.000 devem ser disponibilizadas em breve, declarou a ONU.
Avanços
O porta-voz do Pentágono, Peter Crook, afirmou hoje que as tropas iraquianas foram “melhor do que esperado” no primeiro dia de investida em Mosul. Segundo ele, os resultados esperados para os primeiros dias foram alcançados ainda nas horas iniciais da segunda-feira. Cerca de 30.000 soldados iraquianos, milícias curdas e combatentes tribais sunitas participam da ofensiva para afastar de 4.000 a 8.000 militantes do EI na região.