O Ministério Público Estadual (MPE) encaminhou na quarta-feira (19) denúncia criminal contra 17 pessoas em um desdobramento da quarta fase da Operação Sodoma da Polícia Civil que investigou a suspeita de um desvio de R$ 15,857 milhões dos cofres do Estado por meio de uma fraude no pagamento de R$ 31 milhões relacionados a desapropriação do bairro Jardim Liberdade I. O pagamento foi autorizado na gestão estadual anterior.
Foram denunciados formalmente a Justiça o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antônio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado e o empresário Valdir Piran.
Também estão na lista de denunciados Karla Cecilia de Oliveira Cintra (assessora da Fecomércio), José de Jesus Nunes Cordeiro (ex-secretário adjunto de Administração), Sílvio Cezar Corrêa Araujo (ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa), Pedro Elias Domingos de Mello (ex-secretário de Administração), Rodrigo da Cunha Barbosa (médico e filho do ex-governador Silval Barbosa), Cesar Roberto Zilio (ex-secretário de administração), Alan Ayoub Malouf (empresário) e João Justino Paes de Barros (ex-presidente da Metamat).
Todos responderão pelos crimes de constituição de organização criminosa, crimes contra a administração pública, fraude a licitação, falsidade ideológica, coação processual e lavagem de dinheiro. Na denúncia, Ana Cristina Bardusco destaca o papel de liderança do ex-governador Silval Barbosa. As penas, quando acumuladas, podem ultrapassar 50 anos de prisão. “Os trabalhos realizados evidenciam que Silval da Cunha Barbosa, na condição de líder da organização criminosa, era o responsável por articular e coordenar as ações dos demais integrantes, que atuavam com o propósito de blindá-lo”, diz trecho da denúncia.
A operação conta com quatro colaboradores premiados que contribuem com a Justiça visando a redução ou até mesmo extinção da pena. Trata-se dos empresários Filinto Müller Coutinho e Antônio Rodrigues Carvalho, o ex-presidente do Intermat, Antônio Dalberto, e ainda Gabriel Gaeta, advogado que elaborou contrato entre o advogado Levi Machado e Antônio Carvalho. O ex-secretário Pedro Nadaf também confessou ter participado do crime.