O segundo turno da eleição 2016 Cuiabá conseguiu desenterrar um fantasma chamado CAB ambiental. Estacompanhia de saneamento deveria universalizar a água até 2015 e a coleta e tratamento de esgoto até 2022, grande engodo. Esta foi a pior decisão do poder público: a destinação da concessão dos serviços e água e esgoto na capital a essa Companhia de Saneamento.
Como ninguém quer ser pai de filho feio, o segundo turno da eleição ressuscitou a CAB ambiental, que há anos está no epicentro das discussões, por ter prestado trabalho meia boca à população, não cumprindo com o contrato em vigor.
Existe um ditado popular que diz “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Realmente furou, pois em seguida o ex-prefeito Chico Galindo (PTB), partido que compõe o arco de aliança da Coligação “Um novo prefeito. Para uma nova Cuiabá”, do candidato a prefeito Emanuel Pinheiro e seu vice Niuan Ribeiro, saiu em sua defesa, e faz duras críticas ao atual prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB), diga-se de passagem, um grande prefeito. Vem fazendo um trabalho hercúleo, na tentativa de terminar as obras propostas em sua gestão.
Algumas delas ficarão por fazer, porém as que ficarem estarão em estado avançado de conclusão, como é o caso do novo pronto-socorro. A obra está orçada em R$ 76,9 milhões, sendo que o Estado é responsável por R$ 50 milhões, que corresponde a 65% do valor total licitado, e o município com o valor restante.
Chico Galindo dispara “A CAB não cumpriu com o contrato, então, o que deve fazer é tira-la e fazer uma nova concessão. Por que não tem coragem? Não tem coragem de cancelar o contrato e colocam a culpa no Chico Galino? o prefeito Mauro Mendes, ao invés de criticar, deveria ter tomado uma atitude”.
Em seguida Mauro Mendes (PSB) se vale da terceira lei de Newton “Quando existe uma ação sendo realizado sempre haverá uma reação”, para se defender, e colocar os pingos nos is.
Mauro Mendes (PSB) dispara “Coragem eu sempre tive, aliás, precisei de muita coragem e capacidade técnica para consertar parte da ‘cagada’ feita pelo senhor Chico Galindo nessa concessão a CAB”.
O prefeito Mauro Mendes (PSB) não para por aí, vai mais além, e diz “Ele, deveria para começo de conversa, explicar para sociedade onde enfiou os R$ 140 milhões que ele recebeu da CAB como outorga. Isso é um grande mistério. Queremos que ele venha a público prestar contas”.
Neste momento, termina o último debate promovido pela TV Record (canal 10), nesse pleito de 2016, na disputa da prefeitura de Cuiabá, entre Wilison Santos (PSDB) e Emanuel Pinheiro (PMDB).
A tônica da disputa continuou a mesma, porém com maior acirramento por parte de ambos.
O único fato novo ficou por conta da denúncia feita por Wilson Santos (PSDB), que diz “Ter sido procurado por Marco Polo Pinheiro e sua esposa Bárbara Noronha; levando a ele, denúncias de propinas praticadas, através de incentivos fiscais, do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (PRODIC), tendo como favorecido irregularmente, a Empresa Caramuru. Em troca, teriam recebido cerca de R$ 4 milhões, através das empresas de seu irmão Marco Polo Pinheiro”.
Pare o mundo, quero descer!
Licio Malheiros é geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)