A Delegacia Fazendária e o Ministério Público Estadual (MPE) investigam a suspeita de que o grupo político liderado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) tenha realizado outros pagamentos fraudulentos na desapropriação de terrenos para desviar dinheiro público.
Por conta disso, novas diligências estão em andamento e devem resultar em mais operações policiais em Mato Grosso.
Revelações indicando para outras fraudes constam no depoimento do ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto, feito no dia 3 de maio deste ano aos delegados Márcio Moreno Vera e Alexandra Mensch Fachone.
As declarações foram anexadas nos autos da investigação relacionada a suspeita de fraude no pagamento da desapropriação do bairro Jardim Liberdade I em Cuiabá na ordem de R$ 15,857 milhões.
Afonso Dalberto revelou a participação em 3 processos de desapropriação de terrenos autorizados pelo ex-governador para desviar dinheiro público. No entanto, não detalhou quais seriam os terrenos em questão.
Ele ainda confessou que tinha plena consciência das irregularidades pois o processo de pagamento estava em desconformidade com a lei.
“Durante o período em que o interrogando esteve a frente do Intermat participou do pagamento somente de três desapropriações , entre eles a ora investigada, em todas por determinação de Silval Barbosa visando desviar recursos do governo, acreditando que uma desapropriação lícita deveria ser paga via precatório e não diretamente com recurso orçamentário financeiro do Estado”, diz um dos trechos do documento.
Até o momento, os órgãos de investigação já identificaram duas suspeitas de fraudes em pagamentos de terrenos para desviar dinheiro público.
Além do episódio do Jardim Liberdade I que veio à tona com a quarta fase da Operação Sodoma da Polícia Civil, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou em fevereiro deste ano a Operação Seven.
Na ocasião, foi descoberto que o Estado pagou R$ 7 milhões para acrescentar uma área de 727 hectares em um terreno que já lhe pertencia na região do Manso, em Cuiabá.
O Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquéritos na esfera cível ainda em 2015 para investigar doações de terrenos autorizadas pelo Estado nas últimas semanas de mandato do ex-governador Silval Barbosa.