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Empresário diz que esquema na Seduc era continuidade da gestão Silval Barbosa

Da Redação Kayza Burlin

As investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) relacionadas a Operação Rêmora indicam que o PT e o PSDB, ambos partidos adversários em nível nacional e estadual, são beneficiados do esquema de desvio de dinheiro público na educação de Mato Grosso.

De acordo com o depoimento do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, a corrupção montado pela cúpula do PSDB na Secretária de Estado de Educação (Seduc) foi uma continuidade do esquema em vigência na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Na gestão do peemedebista, a Secretaria de Educação foi chefiada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com Rosa Neide e Ságuas Moraes, este último atualmente no mandato de deputado federal.

Com Permínio Pinto à frente da educação de Mato Grosso a partir de 2015 com indicação do PSDB, houve a montagem de um esquema de cobrança de propina aos servidores públicos para autorizar o pagamento as empreiteiras que executavam obras de reforma e construção de escolas.

Ao mesmo tempo, havia fraude em licitação para direcionar projeto as empresas que aceitavam pagar as vantagens indevidas.

De acordo com o empresário Giovani Guizardi, um dos chefes do esquema no período em que a educação foi chefiada pelo PT tinha como chefes operadores financeiros os empresários Ricardo Sguarezi e Luiz Fernando Rondon, proprietários da Aroeira Construções e Lupa Construtora, respectivamente. No entanto, a cobrança da propina aos empresários aumentaria de 3% da gestão do PT para 5% na gestão do PSDB.

“Que nas conversas com os empresários, o declarante mencionou que o esquema do governo anterior, que tinha como operador financeiro, o senhor Ricardo Sguarezi, com apoio do senhor Luiz Fernando Rondon, iria continuar, mas agora com o percentual de 5%”, diz um dos trechos do depoimento.

É narrado ainda que inicialmente os empresários se sentiram temerosos em efetuar o pagamento da propina a maior. No entanto, o empresário Esper Haddad Neto amenizou a situação e, após intensos diálogos, convenceu os demais donos de construtora que seria vantajoso a participação de todos no esquema.

Os empresários que concordaram com o pagamento da propina na ordem de 5% para receber pelos serviços prestados são Éder Meciano (Geotop Construções e Terraplanagem LTDA), Leonardo Guimarães Rodrigues (JER Construtora), Clarice Maria da Rocha (Rocha Construtora), José Eduardo Nascimento da Silva (Ápice Engenharia), Joel de Barros Fagundes (Esteio Engenharia) e Celso Fagundes Ferras (Ampla Engenharia).

Embora tenha sido revelada a semelhança dos esquemas de corrupção do PT e do PSDB, as investigações da Operação Rêmora não atingiram a ex-secretária Rosa Neide e o ex-secretário Ságuas Moraes, que por exercer o mandato de deputado federal só pode ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) em razão do foro por prerrogativa de função na esfera criminal.


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