O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), declarou que acredita na inocência do empresário Alan Malouf, que é seu primo e foi preso preventivamente na quarta-feira (14) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação “Grão Vizir”.
Trata-se da terceira fase da operação policial denominada inicialmente de Rêmora, deflagrada em maio para desmantelar um esquema de desvio de dinheiro público da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). “O Alan vai mostrar que é inocente. Acredito na inocência dele”, disse.
O parlamentar ainda pregou que seja necessário respeitar a garantia constitucional da ampla defesa e contraditório, para evitar que os suspeitos de crimes sejam condenados antecipadamente.
“Ninguém está acima da lei. Peço que façam as investigações sem violar direitos constitucionais e não façam pré-julgamento. Muitas destas investigações têm direitos omitidos e a pessoa se torna culpada antes do julgamento. Esse é um cuidado que precisamos ter com as pessoas. Em muitos casos, o nome de alguém é envolvido numa série de situações e depois não vira sequer réu numa ação penal”, disse.
O deputado Guilherme Maluf foi citado pelo empresário Giovani Guizardi, de ser o ‘braço político’ do esquema de corrupção na Secretaria de Educação, o que levaria a receber até 25% do montante de propina diante da exigência de cada empresário pagar 5% do dinheiro que tinha a receber pelos serviços prestados a pasta.
“O agente político sempre que é envolvido é prejudicado. Precisamos ter cautela com as divulgações exageradas”, ressalta.
De acordo com o empresário Giovani Guizardi, que firmou termo de colaboração premiada se comprometendo a auxiliar a Justiça, Alan Malouf investiu R$ 10 milhões na campanha eleitoral do governador Pedro Taques (PSDB) e o esquema de desvio de dinheiro público serviria para garantir o retorno financeiro.
Após ser preso preventivamente, Alan Malouf foi encaminhado ao Setor de Operações Especiais (SOE). Apesar dos rumores, sua defesa nega que uma delação premiada esteja em curso.