Crise não nasceu do povo, mas é ele quem arca com suas consequências. O caos que ronda o Brasil sem excluir Mato Grosso brotou da da incompetência política. Portanto, cabe aos políticos o dever de tirar o país da beira do precipício onde se encontra.
O discurso não muda. Ouço políticos no poder falando sobre a crise, botando mais fardos sobre os ombros do cidadão e exigindo que ele se sacrifique ainda mais. Solução eles não apresentam, mea culpa não fazem e não admitem renunciar como forma de atestar que fracassaram.
O ano começa, avança. Hoje é Dia de Reis. Dia dos reis magos Belchior, Baltasar e Gaspar, que visitam o Menino Jesus. Amanhã será quaresma, Carnaval, etc. O tempo é implacável e, se nós nos acomodarmos com o discurso apocalíptico dos governantes, perderemos mais um ano. Chega!!!
Eleitor não elege gerente de crise. O voto é a esperança de mudança, é outorga de procuração ao líder político para que ele solucione problemas iguais aos de agora, criados por eles mesmos.
Crise não é somente aquela que os políticos nos apresentam: as despesas engolindo as receitas e causando desequilíbrio fiscal. Crise é também isso, mas sua abrangência é maior.
Na quarta-feira desta semana fui a Várzea Grande cobrir a posse de Jayme Campos na recém-criada Secretaria de Assuntos Estratégicos daquele município, que é administrado por sua mulher Lucimar Campos. Naquele ato vi a largada para retirar aquela cidade de uma crise aguda e injustificada que a estrangula há mais de uma década.
Várzea Grande carregava com orgulho, no melhor sentido da palavra, o título de Cidade Industrial. Pouco a pouco ela perdeu aquele status e está a um passo de se tornar um mero dormitório na margem direita do rio que a separa de Cuiabá.
A crise na Terra de Couto Magalhães não é financeira, nem passa pelo desequilíbrio fiscal: é o rescaldo do destempero político que dominou sua prefeitura por um bom período e que terminou em maio do ano passado.
Vi Jayme assumindo o cargo com a missão de sacudir sua Várzea Grande usando a experiência política que carrega de berço e de sua vida pública recheada de mandatos eletivos. Revestido da função de secretário, Jayme abrirá portas em Brasília e Cuiabá com a legitimidade de sua função e a bagagem de quem foi prefeito, governador e senador.
Com Jayme, Várzea Grande encontrou o antídoto contra o veneno da crise. Tenho certeza de que ele desentocará recursos represados, buscará programas e levará para sua terra os investimentos necessários à retomada do desenvolvimento e à reconquista do título de Cidade Industrial. Seria excelente se Pedro Taques trocasse seu chororô por uma solução para a crise. Que tal se, por analogia, ele se inspirasse em Várzea Grande?
Eduardo Gomes é jornalista