A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, designou para as 13h30 do dia 24 de fevereiro o depoimento do ex-deputado estadual José Geraldo Riva em oito processos criminais que estão em segredo de Justiça e são desdobramentos da Operação Arca de Nóe, deflagrada em 2002 pela Polícia Federal para desmantelar o crime organizado chefiado pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
No dia 30 de novembro, perante à juíza Selma Arruda, o ex-deputado admitiu que participou de esquemas de desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa. Agora, nesta audiência programada para o dia 24 de novembro, Riva deverá novamente confessar os crimes, mas na presença dos outros acusados que são o empresário Nilson Roberto Teixeira, o ex-chefe de gabinete Geraldo Lauro, o ex-servidor do Legislativo, Guilherme da Costa Garcia, os contadores Joel Quirino Pereira e José Quirino Pereira e o servidor Varney Figueireido de Lima e ainda Guilherme da Costa Garcia e Nasser Okde.
De acordo com a decisão da magistrada dada no dia 17 de janeiro, o comparecimento dos demais acusados é fundamental para que seja garantido o direito a ampla defesa e contraditório, pois, em depoimentos anteriores, o ex-deputado José Riva atribuiu a prática de crimes a cada um deles.
Na audiência, a defesa dos acusados poderão interrogar Riva a respeito das afirmações feitas em juízo. Todas as ações penais estão em segredo de Justiça, o que impede a participação da imprensa e de outros interessados no interrogatório.
“Ao confessar práticas delitivas naqueles autos, atribuiu responsabilidade criminal aos demais acusados, é imperioso o deferimento do pedido Ministerial no que tange ao seu reinterrogatório perante as Defesas dos réus neste feito, para que façam os questionamentos que entenderem necessários, a fim de permitir pleno exercício do contraditório e da ampla defesa”, diz um dos trechos.
De acordo com as investigações do Ministério Público, enquanto exercia poder de ordenar despesas na Assembleia Legislativa, Riva autorizava pagamentos a empresas de fachada e cabia a um grupo de servidores do Legislativo trocar os cheques nas factorings de propriedade do bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
O dinheiro servia para pagar empréstimos contraídos por Riva junto a Arcanjo e também para quitar dívidas de campanha e favorecer o enriquecimento ilícito. A suspeita do Ministério Público é que o esquema tenha movimentado mais de R$ 500 milhões em valores atualizados.