O avanço nas investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) nas investigações relacionadas a Secretaria de Estado de Educação aumentam a suspeita de que houve a montagem de um esquema de corrupção para desviar dinheiro público e assim pagar despesas de campanhas eleitorais de políticos relacionadas ao pleito de 2014.
Na quinta-feira (26), o empresário Ricardo Sguarezi, dono da Aroeira Construções e da Relumat, confirmou que pagava propina aos servidores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para receber a liberação de dinheiro pelos serviços prestados. Em pouco mais de um ano, foi pago R$ 236,1 mil em propina para garantir o recebimento de R$ 3,1 milhões.
A declaração foi dada em depoimento em reinterrogatório aos promotores de Justiça. Na prática, Sguarezi confirmou apenas o que já havia sido dito a Justiça.
El relatou que o ex-assessor especial da Secretaria de Educação, Fábio Frigeri, declarou ao cobrar o retorno de 5% dos valores liberados que o dinheiro seria utilizado para o pagamento de uma gráfica por conta de despesas de campanha eleitoral. No entanto, não é informado qual seria o político beneficiado com o pagamento da dívida.
“Fábio Frigeri solicitou ao declarante que havia a necessidade de pagamentos de vantagens indevidas na ordem de 5% do valor a ser recebido (…) O declarante questionou Fábio Frigeri sobre o destino dessa vantagem indevida, tendo dito ele que seria para “pagamento de uma gráfica e despesas de campanha”, diz um dos trechos do depoimento.
Após o pagamento da primeira parcela de propina de R$ 20 mil feito em cheque, Sguarezi revelou que a liberação dos pagamentos pelos serviços prestados começou a ser feito com freqüência, atingindo até R$ 620,7
Diante disso, pagou mais R$ 36,9 mil em propina entregue nas mãos de Fábio Frigeri em uma sala no prédio da Secretaria de Educação.
Em setembro de 2015, suas empresas foram novamente favorecidas com a liberação de R$ 792,4 mil em medições.
Ao comparecer na sede da Dínamo Construtora, Guizardi apresentou uma tabela com todos os pagamentos que a Relumat e outras empresas tinham a receber da Secretaria de Educação.
Em seguida, cobrou 50% dos valores para a liberação das medições, com a garantia de que os contratos seriam renovados.
“Esse valor seria em torno de R$ 100 mil, mas eu disse que não tinha como pagar essa importância, sendo que ao final concordei em pagar o valor de R$ 30 mil, correspondente a aproximadamente 15% do que tinha direito a receber”, disse.
A concretização do acordo permitiu a Relumat receber R$ 1,3 milhão das medições feitas. Desta quantia, R$ 125 mil retornou a Guizardi a título de propina.