O empresário Eike Batista, preso na Operação Eficiência, presta depoimento à Delegacia de Combate à Corrupção, na sede da Polícia Federal, às 15h desta terça-feira. A autorização para o depoimento foi dada pela juíza Débora Valle de Brito, substituta da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
Antes de embarcar de Nova York ao Rio, Eike demonstrou em entrevistas que pretende colaborar com as investigações, ao afirmar que vai mostrar “como as coisas são”. Uma possível delação premiada ainda depende de negociação com o Ministério Público Federal.
O ex-bilionário ocupa desde a tarde de ontem uma cela de 15 metros quadrados com quatro beliches no presídio de Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, Zona Oeste do Rio. A unidade é destinada a milicianos e ex-policiais militares. O empresário divide o espaço com outros seis presos da Lava Jato que, assim como ele, não têm curso superior.
A cela não tem vaso sanitário – os presos fazem necessidades em um buraco no chão, conhecido como boi. No lado oposto, há um cano por onde sai água fria. A prisão sofre ainda com problemas de abastecimento de água e entupimento no sistema de esgoto, segundo funcionários da unidade. Os registros são abertos três vezes ao dia, de acordo com os servidores. A Secretaria de Administração Penitenciária negou os problemas.
Cada preso tem direito a levar uma televisão de 14 polegadas e um ventilador. Eles recebem quatro refeições ao dia – café da manhã e lanche, composto de pão com manteiga e café com leite; e almoço e jantar, em que são servidos uma proteína, arroz ou macarrão, feijão, e legumes, além de refresco e sobremesa (fruta ou gelatina).
A família de Eike terá de fazer a carteira de visitante, que permite o acesso ao Complexo Penitenciário. O documento fica pronto entre 15 dias e um mês. Antes desse prazo, é possível pedir à secretaria autorização especial para visita.