O empresário Alan Malouf e o engenheiro eletricista Edézio Ferreira agora são réus em ação penal proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) em decorrência das investigações relacionadas à corrupção na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
A decisão foi dada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda na segunda-feira (30).
Ambos são suspeitos de integrar o esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) desvendado pela Operação Rêmora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
De acordo com a denúncia criminal, o empresário Alan Malouf atuava como um dos um líderes do esquema criminoso e se favoreceu diretamente com a propina cobrada pelos servidores públicos para autorizar o pagamento das empreiteiras que prestavam serviços de construção e reformas de unidades escolares para a Secretaria de Estado de Educação.
De acordo com o empresário Giovani Guizardi, considerado arrecadador da propina e que firmou termo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE), o dinheiro levantado serviria para ressarcir o empresário Alan Malouf de um investimento de R$ 10 milhões feito na campanha eleitoral de 2014 do governador Pedro Taques (PSDB) na modalidade de caixa 2. O tucano nega veementemente que tenha compactuado com qualquer irregularidade.
Cada empreiteira deveria devolver 5% do que recebia para garantir o pagamento de despesas de campanha eleitoral.
“Alan Malouf é descrito na denúncia criminal como peça chave do esquema criminoso. “A denúncia revela que Alan Ayoub Malouf, pessoa que se encarregava das tratativas necessárias ao funcionamento do esquema ilícito, teria articulado junto a Permínio Pinto Filho, à época Secretário de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso, para inserção de Giovani Belatto Guizardi, pessoa de sua confiança com quem guarda parentesco, na condição de operador de cobrança e recebimento de vantagens ilícitas relacionadas a obras públicas da SEDUC/MT, garantindo assim o pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso”, diz um dos trechos da decisão.
O engenheiro eletricista Edézio Ferreira agora é réu pela suspeita de integrar a organização que atuava na Secretaria de Educação.
De acordo com a denúncia, Edézio Ferreira assumiu a responsabilidade de alugar uma sala para as reuniões lideradas pelo empresário Giovani Guizardi com demais empreiteiros para montar estratégias de fraude em licitação e percentual de propina.
O engenheiro tinha a responsabilidade de produzir o levantamento dos valores que os empresários tinham a receber da secretaria, no intuito de auxiliar o delator na cobrança de propina.