A obesidade tem sido um tema muito abordado ultimamente, pois tem acometido cada vez mais pessoas no mundo e especialmente no Brasil. Dados mostram que o excesso de peso já atinge pouco mais da metade dos brasileiros e a obesidade próxima a 20 %. Com isto tanto o poder público, como até mesmo as pessoas tem se interessado mais pelo assunto e por formas de tratamento.
Antes de qualquer coisa vamos falar da definição de obesidade, usando com base o IMC (índice de massa corporal), não que este seja o único parâmetro, mas um dos mais utilizados, inclusive no meio médico.
Ele usa os dados do peso em kg do indivíduo e da altura em metros, na seguinte fórmula: peso em kg dividido pelo quadrado da altura em metros. Por exemplo, alguém com 100 kg e 1,70 m. Se pega a altura e multiplica-se por ela mesmo (1,7 x 1,7 = 2,89), agora dividimos o peso por este valor, (100/2, 89 = 34,6), ou seja, IMC DE 34,6.
Agora que já sabemos a fórmula, vamos ver qual o critério utilizado: IMC sendo de 18 a 25 = peso normal, 25 a 30 = sobrepeso, 30 a 35 = obesidade grau I, 35 a 40 = obesidade grau II e acima de 40 = obesidade grau III.
Estes critérios são importantes, pois irão nortear as indicações para os tratamentos da obesidade, como uso do BALÃO GÁSTRICO, ou mesmo, CIRURGIAS PARA OBESIDADE. Assuntos que abordaremos especificamente em nova oportunidade.
Hoje vamos abordar os fatores que mais tem influenciado esta epidemia de excesso de peso que vivemos atualmente: sedentarismo e má alimentação.
Na sociedade moderna em que vivemos, onde para ser bem sucedido precisamos nos dedicar muito ao trabalho e estudos, deixamos em segundo plano as atividades físicas e uma alimentação de qualidade.
O sedentarismo representa um dos fatores mais importantes nesta equação que tem como resultado final o excesso de peso, pois ao abrirmos mão de nos exercitarmos, quer seja com uma simples caminhada de 40 minutos três vezes por semana ou uma atividade esportiva mais complexa, como corrida, ciclismo ou mesmo aulas na academia, passamos a ter um gasto energético menor, o que proporciona uma “sobra de energia”, que vai se acumular na forma de gordura.
Outro fator, e o mais importante, é o cuidado com a alimentação, que não precisa necessariamente ser em excesso, pode ser simplesmente em qualidade ruim. Como assim? Muitas pessoas argumentam no consultório que não comem muito, o que pode ser uma verdade, pois a quantidade até é pequena, mas a qualidade é muito ruim, e aí temos dois vilões, e excesso de açúcares / carboidratos, e de gorduras.
De forma resumida o que devemos fazer para melhorar o nosso peso e qualidade de vida é passarmos a ser mais ativos, com atividade física regular, ao menos três vezes por semana, e diminuirmos o consumo de alimentos ricos em açúcares, como doces, refrigerantes, bolos, massas e pães, além de reduzir o consumo de gorduras de origem animal, como carnes gordas, trocar o leite integral pelo desnatado, entre outras coisas.
Em uma próxima oportunidade falaremos sobre opções de tratamento para obesidade e excesso de peso através do uso do balão gástrico que é um método moderno, simples e com baixo índice de complicações, além de diferentes técnicas de cirurgia para obesidade severa.
Saúde!!!
Kairo José Dias Moreno é médico especialista em gastrocirurgia, cirurgia da obesidade e videocirurgia