No dia 21 de março celebra-se o Dia da Síndrome de Down, uma condição genética caracterizada por um cromossomo extra no par 21, que resulta em uma série de características físicas e mentais específicas, provocadas por um desequilíbrio da função reguladora que os genes exercem.
A síndrome foi reconhecida pela primeira vez por John Langdon Down, e ainda tem etiologia desconhecida. Sua incidência está intimamente ligada com o avanço da idade materna: mães com 20 anos a possibilidade é de 1:1500, aos 35 anos 1:380 e para quase 1:28 aos 45 anos.
O diagnóstico pode ser feito ainda na gestação, mas sua comprovação definitiva é alcançada com o estudo cariótipo. Geralmente apresentam um fenótipo caracterizado por baixa estatura, língua grande e flácida, hiperlassidão, hipotonia, olhos amendoados, deficiência intelectual e desenvolvimento mais lento, além de problemas associados como cardiopatia congênita, disfunções respiratórias, problemas de audição e de visão,distúrbios da tireóide, obesidade, envelhecimento precoce, entre outros.
Essa complexidade da síndrome requer o acompanhamento por uma equipe interdisciplinarcomposta pelo médico, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e psicólogo, e quanto mais precoces as intervenções, melhores serão os resultados. Em especial o fisioterapeuta, atua no estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor com técnicas e métodos específicos que adequam o tônus, melhoram a postura e desenvolvem função. Também atua na prevenção e tratamento das disfunções respiratórias (entre elas, pneumonias de repetição).
Um recurso que tem ganhado destaque e adesão das crianças com a Síndrome de Down é a hidroterapia, pois proporciona desafios para o equilíbrio, fornece informação sensorial, permite um trabalho muscular e postural, auxilia no condicionamento cardiorrespiratório, estimulando a autoconfiança do paciente de maneira lúdica.
Atualmente é verificado um aumento da sobrevida dos portadores da síndrome. Esse aumento está relacionado, principalmente, às técnicas diagnósticas, estratégias de tratamentos e terapias mais efetivas, contribuindo para melhora a qualidade de vida dos portadores da SD e facilitação para realização de atividades de contexto social, afetivo e laboral.
Juliane Cesar Vieira é fisioterapeuta, pós-graduada em Fisioterapia Neuro-funcional, atua com hidroterapia em crianças na Equipe Vital Sênior (anexo Espaço Più Vita).