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Maluf diz que o ex-deputado Riva pode ter feito um “blefe”

Da Redação

O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), não descarta a possibilidade de processar o ex-deputado estadual José Riva, que comandou o parlamento estadual até 2015. Maluf foi um dos 33 deputados e ex-deputados citados por Riva que recebiam “mensalinho” no legislativo entre os anos de 2003 e 2010.

Ele sugeriu que Riva pudesse ter feito um “blefe”, e indica ainda estar avaliando se pretende acionar o ex-colega na Justiça. “Não sei se foi um blefe, não sei se essa é a melhor palavra para definir o que aconteceu. Eu estou avaliando isso, mas não vou tomar nenhuma decisão precipitada, sem que haja uma melhor avaliação”, disse ele.

Riva afirmou em depoimento à Justiça na última sexta-feira (31) que os deputados estaduais recebiam um “mensalinho” – pagamentos realizados todos os meses -, do poder executivo desde a gestão Dante de Oliveira (PSDB), falecido em 2006, até os governos Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa (PMDB). Os valores oscilavam entre R$ 15 mil e R$ 25 mil, 33 políticos, incluindo Maluf, teriam recebido a “mesada”.

O tucano disse ainda que “é improvável” que Riva comprove as acusações. Ele lembrou que uma lei estadual permite a incineração e documentos a cada cinco anos. “Aqui na Assembleia tem uma legislação que permite que a cada cinco anos você incinere documentação da Casa, isso é legal. Nós estamos falando de 20 anos, quantas vezes vai ter incinerado documento aqui na Casa? Pelo menos três vezes”, lembrou.

INDICAÇÃO DE CONSELHEIRO

Guilherme Maluf também lançou dúvidas sobre as motivações do depoimento de Riva e levantou suspeitas sobre a nomeação do conselheiro Waldir Teis ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), ocorrida em 2007 durante o governo Blairo Maggi, hoje senador licenciado e ministro da Agricultura. Na época, José Geraldo Riva, já deputado estadual, ocupava a 1ª Secretaria da Assembleia, mas detinha forte influência sobre as atividades da Casa de Leis.

Maluf questiona o fato da vaga ocupada por Teis pertencer a Assembleia. Na época, o conselheiro era um dos “homens fortes” do ex-governador Blairo Maggi como secretário de  Fazenda.

“Tradicionalmente”, o Legislativo indica deputados estaduais, ou seja membros da própria instituição, para ocupar as vagas disponíveis no TCE-MT. Guilherme Maluf suspeitou um acordo entre o executivo e Riva sobre a “furada de fila” de Waldir Teis. “Essa é uma das situações que os antigos deputados, inclusive o deputado José Riva, podem responder. Como se nomeou um conselheiro que não era da Assembleia, que era secretário de Fazenda do Blairo Maggi?”, indagou.

José Geraldo Riva prestou depoimento na última sexta-feira (31) para esclarecer fatos das investigações acerca da operação “Imperador”, que apura desvios de R$ 62 milhões da AL-MT. O ex-parlamentar é acusado de liderar um suposto esquema envolvendo falsas aquisições de materiais por cinco empresas do ramo de papelaria, todas de “fachada”. Os crimes teriam ocorrido entre 2005 e 2009.

O ex-presidente da AL-MT, porém, “aproveitou” para apontar 33 políticos (entre deputados, ex-parlamentares, e ex-governadores) envolvidos num “mensalinho”  que ocorria desde o governo Dante de Oliveira (PSDB, falecido em 2006). O poder executivo, com o objetivo de obter o apoio da maioria dos deputados, repassava de “R$ 15 mil a R$ 25 mil” aos parlamentares. O esquema também teria ocorrido nos governos Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa (PMDB).

Além do próprio ex-deputado, que também recebia o “mensalinho”, Riva também apontou outros 33 nomes de políticos conhecidos no Estado que teriam recebido propina, como Silval Barbosa, Sérgio Ricardo, Mauro Savi, Dilceu Dalbosco, Campos Neto,  Airton Português, Alencar Soares, Carlão Nascimento, Pedro Satélite, Renê Barbour, Zeca D’Ávila, José Carlos de Freitas, Eliene Lima, Carlos Brito, Sebastião Rezende, Zé Domingos, Wallace Guimarães, Percival Muniz, Nataniel de Jesus, Humberto Bosaipo, João Malheiros, Gilmar Fabris, José Domingos, Wagner Ramos, Adalto de Freitas, Nilson Santos, Juarez Costa, Walter Rabello, Chica Nunes, Guilherme Maluf, Ademir Bruneto, Maksuês Leite, Chico Galindo e Antônio Brito.

José Geraldo Riva também confirmou que houve a compra de uma vaga no TCE-MT, ocupada em 2012 pelo Conselheiro afastado Sérgio Ricardo. A negociação, segundo o ex-deputado estadual, teria ocorrido em 2009 e utilizado R$ 2,5 milhões de recursos desviados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O Ministério Público suspeita que a vaga tenha “custado” R$ 12 milhões.


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