O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), era registrado no sistema de propinas da Odebrecht com o apelido de “Caldo” e recebeu 12 milhões de reais da empreiteira durante a campanha eleitoral de 2006. O dinheiro, de acordo com dois dos executivos que participaram da chamada “delação do fim do mundo” foi repassado como forma de obter auxílio para a liberação de créditos pendentes que a companhia tinha a receber do governo de Mato Grosso – Maggi foi governador do Estado.
O inquérito em que Blairo Maggi será investigado também tem como alvo o deputado federal Zeca do PT, ex-governador de Mato Grosso do Sul que no sistema de propinas da Odebrecht era tratado como “Pescador”.
Segundo a Procuradoria, Zeca do PT recebeu 400 mil reais da companhia. O dinheiro foi repassado por meio de um “arrecadador de campanha” – o dinheiro, ressaltam os investigadores, acabou beneficiando o senador cassado Delcídio do Amaral, também delator da Lava-Jato, que no ano do repasse acabou sendo candidato a governador do Mato Grosso Sul no lugar de Zeca do PT. No mesmo inquérito, são esmiuçadas reuniões entre Delcídio e representantes da Odebrecht.
Confira nota de posicionamento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP):
“Lamento que meu nome tenha sido incluído numa lista de pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para me defender. Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual não sei sequer do que sou acusado. Mesmo assim, gostaria de esclarecer que: Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes; tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado”.