"> Maggi nega ter recebido 12 milhões da Odebrecht – CanalMT
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Maggi nega ter recebido 12 milhões da Odebrecht

Sávio Saviola

Após ser citado como beneficiário de R$ 12 milhões em um esquema de caixa 2 patrocinado pela empreiteira Odebrecht, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), negou veementemente que tenha recebido propina da Odebrecht para sua campanha à reeleição ao governo do Estado nas eleições de 2006.

Por conta das afirmações que lhe tornam suspeito no esquema de fraudes, o que motivou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin autorizar abertura de inquérito, Maggi afirmou que tem se sentido “absolutamente derrotado internamente”. A declaração foi dada na manhã desta terça-feira (18) na rádio Capital FM.

A suspeita de caixa 2 na campanha de 2006 se deve a declaração dos delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, ambos ex-executivos da Odebrecht.

Ambos detalharam que a empreiteira teria entregue propina de R$ 12 milhões à campanha de Maggi, em 2006.

De acordo com o Ministério Público Federal, o valor teria sido solicitado diretamente pelo ex-secretário de Fazenda Éder Moraes, que se comprometeu em autorizar o pagamento de dívidas que o Estado teria com a empreiteira, em razão de obras que teriam sido realizadas no Estado nos anos 80, mas que não teriam sido pagas.

Outra peça chave no esquema foi o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Luiz Antonio Pagot, que também teria participado da negociata. Ele teria sido o interlocutor entre o então chefe do Executivo Estadual e a Odebrecht.

Maggi, no entanto, nega que suas campanhas eleitorais tenham sido favorecidas com caixa 2. “Eu nunca dei autorização para esse tipo de situação. Então, vou aguardar muito tranquilamente o desenrolar desse assunto. Vou levantar a cabeça, trabalhar, me superar, porque esse não é um trâmite rápido, a gente não consegue decidir esse tipo de situação na semana que vem”, revelou.

O ministro ainda destacou que sempre agiu com transparência durante sua vida pública. “Estarei atento a todos os movimentos, vou buscar esses números na contabilidade de Mato Grosso. Tudo o que foi feito sempre foram números transparentes. Não há como não ser transparente em relação aos recebimentos ou pagamentos”.

Maggi relatou que tem vivido dias complicados, desde que teve seu nome inserido na Operação Lava Jato. “Confesso que é uma situação inusitada e muito ruim, que desmonta a gente. Estou absolutamente derrotado internamente e fazendo um esforço gigante para poder estar em pé, trabalhando e fazendo os enfrentamentos. Mas isso faz parte da vida e não tem como a gente fugir desses assuntos. Continuo afirmando que não tenho nada a ver com isso, não fiz, não autorizei e tenho certeza de que esse dinheiro não chegou à minha campanha, porque nunca ninguém que esteve próximo a mim comentou sobre esse assunto”, declarou.

“Então, daqui pra frente vamos verificar como as coisas vão acontecer. Vai haver investigações, vão ouvir pessoas, mas espero que eu consiga sair desse processo logo no início, porque ele é muito desconfortável e não condiz com a realidade. Terei que responder, muito chateado, mas não tenho como não fazer isso agora”, completou.

Blairo Maggi ainda afirma que o procedimento deve ser arquivado, pois não há motivos para que o procedimento seja levado adiante. “Eu, sinceramente, não acredito nisso. Ainda não há nem inquérito, existe apenas um pedido de investigação. Eu quero crer que ele será arquivado porque não há materialidade, nem uma coisa que liga as situações, a não ser a palavra de um com a de outro. Nunca houve contato comigo, eles mesmo admitem. Fui pego totalmente de surpresa”, asseverou.

Em razão dos fatos atribuídos a ele, Maggi pode responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Antes de a confirmação de seu nome na lista de Janot, o ministro dizia que era zero a chance de seu nome estar inserido na Lava Jato. Mesmo tendo sido mencionado, ele mantém a tese de que nunca teve envolvimento com representantes da Odebrecht.

“Demorei um pouco para me pronunciar sobre esse assunto, porque eu preciso saber de algumas informações. Jamais pensei em estar em uma lista dessas, porque nunca tive relações com esse pessoal. Continuo na mesma tese. Nunca tive relação com eles, não mandaram dinheiro para a minha campanha, nunca autorizei que cobrassem dinheiro de ninguém. Então, para mim é uma situação absolutamente nova e eu preciso buscar todos os dados. O Ministério Público, até agora, construiu uma narrativa em que parece que eu sou a pessoa que deve ser investigada nesse assunto”, comentou.


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