A ditadura do preconceito desponta em todas as classes sociais e lugares, dai a razão de percebermos a todo instante em nosso convívio, atitudes de desrespeito e desconsideração que constituem uma das mais drásticas e destrutivas mazelas nas relações da humanidade.
Julgar alguém simplesmente pela aparência engessa a inteligência e faz gerar toda sorte de discriminação e descontrole. Desta forma, nesse jogo “segregador” de separação e escolhas de pessoas ou de grupos sociais, fatalmente podemos provocar infelicidades às pessoas, desencadeando lágrimas secas e invisíveis, e em consequência cultuarmos injustiças, ou até distorção de contextos, fomentando e violando direitos humanos.
Portanto, enquanto vivermos pensando apenas no supérfluo, na vaidade do poder transitório e da acumulação de bens, classificando pessoas pela ótica dos interesses, com certeza o tédio e a angústia serão nossos parceiros mais íntimos e contínuos nos momentos de reflexões.
A espiritualização do ser nos emprestará sempre recursos para que possamos aceitar e entender os nossos limites, a aceitar o outro com os seus acertos e desacertos, valorizando cada fato com a singeleza e beleza perceptível apenas nas mínimas coisas que nos acontecem e que verdadeiramente nos tornarão melhores a cada amanhecer e dia após dia passamos a entender as pessoas com as suas desigualdades presentes.
Ao passarmos a ver os outros sem prejulgamento e sem recusas antecipadas, nos permitirá perceber a existência sobre outro prisma, diferente daquele que costumeiramente o tínhamos, possibilitando-nos a certeza de que estamos em permanente construção e crescimento, que perfeição não existe, por isso é que a tolerância para com os que nos cercam nunca poderá estar no limite da rejeição, pois todos nós estamos em fase de reconstrução sempre a cada erro ou a cada deslize.
E se ainda estamos por aqui, é por que ainda temos muito a fazer, e mesmo depois da partida tenha a certeza que a nossa vida será uma forma de lições para quem fica.
A nossa passagem por esta vida é muito rápida, mas o suficiente longa para cometermos erros irreparáveis, julgando muitas vezes com extremo rigor e pouca tolerância, assumindo atitudes individualistas, que por vezes são dispensáveis, simuladas e até agressivas ao círculo em que vivemos.
Wilson Carlos Fuáh é economista e Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
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