A investigação que culminou com a operação Zaqueus, deflagrada nesta quarta-feira (3), pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), começou com a denúncia de um dos próprios envolvidos no esquema, o advogado Themystocles Ney de Azevedo de Figueiredo.
De acordo com a delagada da Defaz, Maria Alice Barros, após a denúncia feita pelo então candidato à prefeitura de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), na eleição de 2016, de que a Caramuru teria pago R$ 4 milhões para que o seu então adversário Emanuel Pinheiro (PMDB) fizesse lobby para viabilizar incentivos fiscais, Themystocles teria ficado amedrontado de que a investigação chegasse até ele e resolveu procurar a delegacia, em dezembro do ano passado.
“Nós tivemos um advogado que procurou o Cira, com o doutor Márcio, ele afirmou que havia sido utilizado para fazer a lavagem de um dinheiro, que tinha como objetivo pagamento de propina para diminuir o tributo que seria devido por uma empresa”, explicou.
No entanto, após confessar ter lavado dinheiro pago pela Caramuru e repassado para os três agentes de tributos da Sefaz, os delegados chegaram a conclusão de que um esquema não tinha relação com o outro.
“Essa denúncia não guarda nenhuma relação trazida pelo candidato Wilson Santos à Delegacia Fazendária.
Quando o candidato nos trouxe uma denúncia acerca da empresa Caramuru e a propina foi paga em benefício de um auto de infração que tinha sido feito em desfavor da empresa Caramuru. Então, esta é a única relação”, esclareceu Maria Alice.