O ex-secretário chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, admitiu em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que utilizou dinheiro de propina para comprar uma fazenda na região do Pantanal de Mato Grosso.
A quantia utilizada corresponde a R$ 500 mil e é resultado do desvio de dinheiro por meio de fraude na compra de um terreno na região do Manso que já pertencia ao governo do Estado, o que veio à tona com a Operação Seven, deflagrada em fevereiro de 2016.
Do total de R$ 7 milhões desviados conforme aponta a investigação, Nadaf revelou que recebeu R$ 2,150 milhões por meio de cheques e dinheiro entregues pelo procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima.
O restante do dinheiro foi destinado a pagar compromissos financeiros do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o que já foi admitido pelo próprio Nadaf em depoimento na 7ª Vara Criminal de Cuiabá perante à juíza Selma Arruda.
Após a compra da fazenda no município de Poconé, a mesma foi registrada em nome do ex-diretor do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Mato Grosso, Marcos Amorim da Silva.
A ideia de utilizá-lo como “laranja” se deu pela proximidade de ambos, uma vez que, Nadaf foi presidente da Fecomércio (Federação do Comércio) por mais de uma década e sempre manteve contatos com a cúpula dos representantes do sistema “S”.
Além disso, Nadaf enfrentava problemas de relacionamentos familiar, o que lhe impediria de registrar a propriedade da fazenda em seu nome.
“Ressalta que Marcos Amorim da Silva por ser colega de trabalho do interrogando de longa data e seu amigo, o qual ainda cuidava do investimento do interrogando no ramo de pecuária, concordou em figurar como procurador do imóvel, tendo em vista ter o interrogando dito a ele que não poderia aparecer como do bem por conta de problemas conjugais que estava tendo com sua companheira”, detalha trecho do depoimento.