Um dia depois vir a tona a existência de um esquema de grampos ilegais contra políticos e autoridades de Mato Grosso com aval do governador Pedro Taques (PSDB), o tucano convocou coletiva de imprensa e tratou de negar as acusações contra ele.
Taques classificou como “lamentáveis fatos” revelados sobre a existência em tese, porque segundo ele, não se tem confirmação disso, de centrais de interceptações telefônicas ao arrepio da lei dentro do Poder Executivo de Mato Grosso. De antemão, afirmou não ter conhecimento e nem ter solicitado qualquer interceptação telefônica contra adversários políticos.
Ele confirmou que houve uma representação pelo promotor de Justiça e ex-secretário estadual de Segurança Mauro Zaque, ao procurador geral da república, Rodrigo Janot, onde afirmou que Pedro Taques tinha conhecimento sobre o esquema de escutas ilegais, pois apesar de terem sido autorizadas judicialmente, o magistrado que deferiu o pedido não sabia que entre os alvos tinham políticos, jornalista e empresários. Na versão do governador, Janot não encontrou nenhuma prova de que ele tivesse conhecimento do fato e mandou de volta o caso para o Ministério Público Estadual (MPE).
“Na representação o ex-secretário de Justiça de Mato Grosso, Mauro Zaque deu conta ao procurador-geral da República que eu, governador do Estado, sabia da existência dessa interceptação telefônica clandestina.
O procurador geral da República entendeu que não existia indícios de participação de pessoa dotada de foro por prerrogativa, ou seja, do governador do Estado, e devolveu isso para o Ministério Público Estadual”, disse Pedro Taques na coletiva nesta tarde de sexta-feira no Palácio Paiaguás.
O tucano diz que ainda não teve acesso aos documentos, mas tem conhecimento que Zaque foi ouvido pelo Ministério Público do Estado na semana passada e voltou a reafirmar que as escutas foram solicitadas a pedido do governador.
“Ao que consta, porque nós não tivemos acesso ainda aos documentos, promotor Mauro Zaque teria sido ouvido pelo Ministério Público Estadual na sexta-feira passada e teria reafirmado que a minha participação nesse fato lamentável, se é que existiu, se for comprovado, se fundamentaria em dois pontos: primeiro que ele ficou sabendo através do comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu e que eu saberia desse fato”, detalha o chefe do Executivo Estadual.
Por fim, Pedro Taques nega qualqauer participação e disse que seu ex-secretário Mauro Zaque terá que provar as acusações. “A respeito disso que foi dito pelo promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança, Mauro Zaque, quero dizer aos senhores que eu nunca pedi pra quem quer que seja que isso fosse feito. Se o fato é verdadeiro, nunca pedi e se foi dito que eu sabia disso, a pessoa que disse vai ter que provar”, enfatiza.