A Associação Mato Grossense do Ministério Público divulgou nota pública na qual declara irrestrito apoio ao promotor de Justiça Mauro Zaque, responsável em encaminhar ao governador Pedro Taques (PSDB) a existência de um esquema clandestino de interceptações telefônicas que tinha como alvos advogados, desembargadores, jornalistas, médicos, professores e outros.
“Apoiamos irrestritamente o promotor de Justiça, Dr. Mauro Zaque de Jesus pela atitude de respeito irrestrito à lei e pela consciência da seriedade e gravidade dos fatos e da necessidade de apuração e responsabilidade dos envolvidos nas fraudes e a punição rigorosa dos transgressores”, diz um dos trechos da nota.
O documento é assinado pelo presidente da AMMP, promotor de Justiça Roberto Turin, e pelo diretor de defesa institucional, promotor de Justiça Ezequiel Fonseca.
A nota pública ainda considera gravíssima a descoberta de gravações telefônicas clandestinas patrocinadas pelo governo do Estado e diz repudiar fortemente “quaisquer métodos indevidos de invasão da intimidade dos cidadãos mato-grossenses que tiveram sua privacidade violada ilicitamente, seja pela inserção fraudulenta, em pedidos judiciais de interceptação, do número de telefone de pessoas sequer investigadas, seja por quaisquer outras diligências que se manifestem dissonantes das exceções constitucionais e legais e que coloquem em risco as salvaguardas da democracia”.
Diante da descoberta das gravações telefônicas ilegais, a Polícia Militar instaurou inquérito para investigar a procedência e responsabilidade de seus membros no esquema.
Por outro lado, o governador Pedro Taques (PSDB) diz que não foi informado corretamente pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que na época da descoberta dos grampos ilegais exercia a função de Secretário de Segurança Pública.
Por conta disso, Taques anunciou que vai pedir providências na corregedoria do Ministério Público Estadual e também do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).