Diante dos últimos acontecimentos em Brasília que comprometem a continuidade de Michel Temer (PMDB) à frente da Presidência da República, o senador José Aparecido dos Santos, o Cidinho (PR), avalia que, uma das alternativas se a renúncia do peemedebista se concretizar é permitir que um amplo acordo envolvendo a Câmara dos Deputados e o Senado Federal escolha um mandatário que dê segurança ao país.
Na avaliação do parlamentar, o caminho mais seguro seria deixar a condução do país sob a responsabilidade de algum representante do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tudo tem que ser analisado com tranquilidade. É uma alternativa, mas não dá para avaliar em um momento de tantas incertezas”, disse.
Cidinho diz ainda que está preocupado com a estabilidade econômica do país e teme que uma nova crise política atrapalhe a recuperação da economia que lentamente dá sinais de recuperação após amargar anos de recessão profunda na gestão da ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT) que culminou no atual quadro onde 13 milhões de brasileiros estão desempregados conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Deve existir um esforço da classe política para evitar que a economia seja contaminada. As reformas essenciais ao país têm que ser conduzidas pelo Congresso Nacional. Não podemos ficar a mercê destes últimos episódios”, disse.
O deputado federal Adilton Sachetti (PSB) acredita que não há mais condições de Michel Temer permanecer a frente da Presidência da República.
“Se comprovada as denúncias, não há mais chance alguma de continuar. O melhor caminho é a saída e permitir que outro conduza o país”, disse.
O clima político em Brasília entrou em erupção no final da tarde de ontem após o jornal carioca OGlobo divulgar em sua versão on-line trechos de uma colaboração premiada de um dos donos do frigorífico JBS, Joesley Batista, que gravou o presidente da República Michel Temer dando aval para pagar uma mesada de R$ 500 mil mensal ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o intuito de mantê-lo calado após ser preso pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.